Portfólio construído para expôr ideias,reflexões e experiências vividas durante o 1º semestre de 2013 na disciplina da Conteúdos e Metodologias para a Educação Infantil.
A construção da identidade
se dá por meio das interações da criança com o seu meio social e refere-se
ao progressivo conhecimento que as crianças vão adquirindo de si mesmas, a autoimagem
que através deste conhecimento vai se configurando.
A escola de Educação Infantil é um universo
social diferente do da família, favorecendo novas interações, ampliando desta
maneira os conhecimentos da criança a respeito de si e dos outros. A autoimagem
também é construída a partir das relações estabelecidas nos grupos em que as
crianças convivem. Um ambiente farto em interações, que acolha as
particularidades de cada indivíduo, promova o reconhecimento das diversidades,
aceitando-as e respeitando-as, contribui para a construção da unidade coletiva
e favorece a estruturação da identidade.
Tendo em vista estes
propósitos, a utilização de fotos pode ser amplamente aproveitada pelo
professor de educação infantil. Este recurso visual promove situações de
interação, reconhecimento e construção da autoimagem, favorece as trocas e a
percepção do outro e, das igualdades e diferenças, e consequentemente, de si.
Na Educação Infantil, fomentar a aprendizagem
e o desenvolvimento das crianças pequenas significa ajudá-Ias a progredir na
definição da própria identidade, no conhecimento e na valorização de si mesmas.
Considera-se que as situações educativas que
a criança vive na escola e a maneira como as educadoras tratam essas atuações
serão muito importantes na formação dos conceitos referentes ao próprio eu da
criança.
Na escola, quando as crianças aprendem, por
exemplo, a ordenar um joguinho, a brincar com carrinhos, estão também
aprendendo muitas coisas sobre elas mesmas, que Ihes permitem formar umaopinião
sobre si.
Portanto, a construção de uma autoimagem
positiva requer que, na escola, as crianças tenham experiências em situações
que Ihes permitam ganhar confiança em suas capacidades e que sejam vistas como
crianças com possibilidades, sendo este um elemento capaz de promover a exploração
de novas situações, novas experiências. É importante observar que não se trata
de renunciar à exigência e ao controle, e sim, de endereçá-Ia a um contexto
comunicativo, afetuoso e respeitoso.
A identidade é um conceito
do qual faz parte a ideia de distinção, de uma marca de diferença entre as
pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, de
modos de agir e de pensar e da história pessoal. Sua construção é gradativa e
se dá por meio de interações sociais estabelecidas pela criança, nas quais ela,
alternadamente, imita e se funde com o outro para diferenciar-se dele em
seguida, muitas vezes utilizando-se da oposição. A fonte original da
identidade está naquele círculo de pessoas com quem a criança interage no
início da vida. Em geral a família é a primeira matriz de socialização. Ali,
cada um possui traços que o distingue dos demais elementos, ligados à posição
que ocupa, ao papel que desempenha, às suas características físicas, ao seu
temperamento, às relações específicas com pai, mãe e outros membros etc.
A autonomia, definida como a
capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta
regras, valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro.
Portanto, conceber uma
educação em direção à autonomia significa considerar as crianças como seres com
vontade própria, capazes e competentes para construir conhecimentos, e, dentro
de suas possibilidades, interferir no meio em que vivem.
Exercitando o autogoverno em
questões situadas no plano das ações concretas, poderão gradualmente fazê-lo no
plano das ideias e dos valores. Do ponto de vista do juízo moral, afinal na
educação infantil, a criança encontra-se numa fase denominada de heteronomia,
em que dá legitimidade a regras e valores porque provêm de fora, em geral de um
adulto a quem ela atribui força e prestígio. Na moral autônoma, ao contrário, a
maturidade da criança lhe permite compreender que as regras são passíveis de
discussão e reformulação, desde que haja acordo entre os elementos do grupo.
Além disso, vê a igualdade e reciprocidade como componentes necessários da
justiça e torna-se capaz de coordenar seus pontos de vista e ações com os de
outros, em interações de cooperação.
A passagem da heteronomia
para a autonomia supõe recursos internos (afetivos e cognitivos) e externos
(sociais e culturais). Para que as crianças possam aprender a gerenciar suas
ações e julgamentos conforme princípios outros que não o da simples obediência,
e para que possam ter noção da importância da reciprocidade e da cooperação
numa sociedade que se propõe a atender o bem comum, é preciso que exercitem o
autogoverno, usufruindo de gradativa independência para agir, tendo condições
de escolher e tomar decisões, participando do estabelecimento de regras e
sanções.
Assim, é preciso planejar
oportunidades em que as crianças dirijam suas próprias ações, tendo em vista
seus recursos individuais e os limites inerentes ao ambiente.
A
rapidez das transformações e a velocidade com que as inovações científicas e
tecnológicas são absorvidas pela nova geração de alunos requerem uma constante
e vigilante adequação do conhecimento desenvolvido na organização de educação
superior.
Assim,
parte-se do pressuposto da análise dos desafios, interesse, pesquisa e
reflexão, bem como estudo do RCNEI para elaborar tal contexto.
A inovação e a agregação de valor a pesquisa é
um diferencial significativo que impinge enormes desafios à área estratégica
das organizações que pautam a formação do futuro profissional, na área de
educação.
Numa
visão geral pode-se constatar o empenho e dedicação dos envolvidos no trabalho
proposto, entretanto também se observou a falta de ludicidade, fator este
essencial para a formação do profissional que busca atuar na Educação Infantil,
o domínio foi outro ponto a ser levado em consideração, bem como a falta de
experiência de muitos, no tocante da Educação Infantil, elemento que sem dúvida
faz a diferença, afinal prática e teoria devem e podem caminhar lado a lado.
A
rapidez das transformações e a velocidade com que as inovações científicas e
tecnológicas são absorvidas pela nova geração de alunos, requerem uma constante
e vigilante adequação do conhecimento desenvolvido na organização de planejamentos,
não somente se prendendo em contextos vistos no cotidiano de sala de aula, mas
o comprometimento da pesquisa, da visualização, da vivência e do entendimento
do pensar da criança da sociedade contemporânea.
A
participação das acadêmicas foi outro ponto que vale ressaltar visto que serão
futuros profissionais e não é vergonha brincar, interagir diante de conteúdos
para a Educação Infantil, visto que o intuito de muitos é permanecer nesta
área.
A
clara relevância da diferença do curso de Formação a nível médio e da graduação
é notada nitidamente, fator que traz o diferencial da prática, criatividade, o
amor pelo que se escolheu fazer e não somente a busca por um diploma.
Outro
fator que merece ser salientado seria o interesse que a princípio era grande e
claro e a medida que os trabalhos foram chegando ao fim se tornaram escassos,
como se o conteúdo repassado fosse irrisório e sem fundamentação. Creio que
talvez se fossem criados grandes grupos trabalhando-se a faixa de 0 a 5 anos o
conteúdo seria mais promissor e a socialização entre integrantes do curso fosse
maior.
Diante
dos seminários apresentados senti sim a falta de interesse, fato que muitas
vezes não ocorre no curso médio de Formação, no qual todos interagem e se
socializam, buscando a união e a cooperação, e acima de tudo a fabricação de
materiais para reduzir gastos não optando pelo pronto, afinal somos futuros
profissionais e temos que nos adaptar as diferentes situações.
Criatividade
é uma característica do ser humano, que se expressa em situações as mais
diversas, desde as mais simples às mais complexas. Parece estar ligada à
própria condição humana de crescimento e evolução.
Da
invenção da roda, surgiu à roldana, o pneu, a catraca... Nota-se que a
criatividade tem sido considerada um fenômeno complexo, multidimensional e
plurideterminado (Alencar & Fleith, 2003). São inúmeras as definições já
propostas para o termo, algumas delas privilegiando a pessoa, outras o produto
e ainda outras o processo criativo. Ademais, em contribuições teóricas recentes,
como nos modelos propostos por Sternberg e Lubart (1995, 1996), Amabile (1996,
1999) e Csikszentmihalyi (1997, 1999), distintos fatores são apontados como
relevantes para a expressão da criatividade, reconhecendo-se que a produção
criativa não pode ser atribuída apenas a um conjunto de habilidades e traços de
personalidade do indivíduo, mas também sofre a influência de elementos do
ambiente onde o indivíduo se encontra inserido.
Nos
tempos atuais, caracterizado por grande instabilidade, incerteza e avanços
tecnológicos e científicos que ocorrem de forma extremamente acelerada, há uma
demanda por pessoas mais criativas, críticas e flexíveis, com domínio de
estratégias eficientes para abordar o novo, lidar com o desconhecido e resolver
problemas imprevisíveis. Além disso, como sinalizado por Alencar e Fleith
(2003), Martínez (1997) e Wechsler (2002), a dimensão criativa inerente ao ser humano,
quando potencializada, constitui-se em instrumento a favor da realização
pessoal e profissional dos indivíduos.
Finalizando,
acredito ter sido o projeto relevante e enriquecedor, capaz de mostrar novos
contextos, materiais e dinâmicas para a formação do futuro profissonal.
Desde
muito cedo as crianças estão inseridas em ambientes que exigem delas diferentes
formas de comunicação. Quando bebês participam de diferentes grupos que lhes ensinam
por imitação ou reforçamento diferencial a emitirem diferentes sons que mais se
aproximam da linguagem humana e assim a obterem o controle operante da
musculatura vocal, pronunciando os diferentes fonemas da nossa voz. Tais
aspectos nos remetem a Educação informal que as crianças passam pelos grupos
que frequentam. Mas em se tratando do aspecto formal da linguagem é possível
afirmar que desde muito cedo a criança se utiliza da linguagem oral para se
comunicar quer seja em situações informais ou mesmo em situações formais nas
instituições em que elas frequentam. É nesse ambiente, na interação com as
crianças de sua faixa etária e com os docentes que a criança enriquece seu
repertório de palavras e de ações, gestos e comportamentos muitas vezes
utilizados para resolver os problemas que aparecem no dia- a-dia.
A linguagem oral está presente no cotidiano e na
prática das instituições de educação infantil à medida que todos que dela
participam: crianças e adultos, falam, se comunicam entre si, expressando
sentimentos e ideias. As diversas instituições concebem a linguagem e a maneira
como as crianças aprendem de modos bastante diferentes.
Muito cedo, os bebês emitem sons articulados
que lhes dão prazer e que revelam seu esforço para comunicar-se com os outros.
Os adultos ou crianças mais velhas interpretam essa linguagem peculiar, dando
sentido à comunicação dos bebês. A construção da linguagem oral implica,
portanto, na verbalização e na negociação de sentidos estabelecidos entre
pessoas que buscam comunicar-se. Ao falar com os bebês, os adultos,
principalmente, tendem a utilizar uma linguagem simples, breve e repetitiva,
que facilita o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Outras vezes,
quando falam com os bebês ou perto deles, adultos e crianças os expõem à
linguagem oral em toda sua complexidade, como quando, por exemplo, na situação
de troca de fraldas, o adulto fala: “Você está molhado? Eu vou te limpar,
trocar a fralda e você vai ficar sequinho e gostoso!”. Nesses processos, as
crianças se apropriam, gradativamente, das características da linguagem oral,
utilizando-as em suas vocalizações e tentativas de comunicação.
A ampliação de suas capacidades de
comunicação oral ocorre gradativamente, por meio de um processo de idas e
vindas que envolvem tanto a participação das crianças nas conversas cotidianas,
em situações de escuta e canto de músicas, em brincadeiras etc., como a participação
em situações mais formais de uso da linguagem, como aquelas que envolvem a
leitura de textos diversos.
Com referência a linguagem escrita nas sociedades letradas, as crianças, desde
os primeiros meses, estão em permanente contato com a linguagem escrita. É por
meio desse contato diversificado em seu ambiente social que as crianças
descobrem o aspecto funcional da comunicação escrita, desenvolvendo
interesse e curiosidade por essa linguagem. Diante do ambiente de letramento em
que vivem, as crianças podem fazer, a partir de dois ou três anos de idade, uma
série de perguntas, como “O que está escrito aqui?”, ou “O que isto quer
dizer?”, indicando sua reflexão sobre a função e o significado da escrita, ao
perceberem que ela representa algo.
Desse modo, as crianças
aprendem a produzir textos antes mesmo de saber grafá-los de maneira
convencional, como quando uma criança utiliza o professor como escriba
ditando-lhe sua história. A situação inversa também é possível, quando as
crianças aprendem a grafar um texto sem tê-lo produzido, como quando escrevem
um texto ditado por outro ou um que sabem de cor. Isso significa que, ainda que
as crianças não possuam a habilidade para escrever e ler de maneira autônoma pode
fazer uso da ajuda de parceiros mais experientes, para aprenderem a ler e a
escrever em situações significativas.
Os objetivos do eixo da
oralidade e da escrita estão assim representados: ZERO A TRÊS ANOS: participar de variadas situações de
comunicação oral, para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos
por meio da linguagem oral, contando suas vivências; interessar-se pela leitura
de histórias; familiarizar-se aos poucos
com a escrita por meio da participação em situações nas quais ela se faz
necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos
etc.
QUATRO A SEIS ANOS: ampliar gradativamente suas possibilidades de
comunicação e expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e
escritos e participando de diversas situações de intercâmbio social nas quais
possa contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, elaborar e responder
perguntas; familiarizar-se com a escrita por meio do manuseio de livros,
revistas e outros portadores de texto e da vivência de diversas situações nas
quais seu uso se faça necessário; escutar
textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor; reconhecer seu nome escrito, sabendo
identificá-lo nas diversas situações do cotidiano; escolher os livros para ler e apreciar; interessar-se por escrever palavras e textos
ainda que não de forma convencional.
No que diz respeito aos
conteúdos a oralidade, a leitura e a escrita devem ser trabalhadas de forma
integrada.
Na faixa de 0 a 03 anos o
uso da linguagem oral para conversar, comunicar-se, relatar suas vivências e
expressar desejos, vontades, necessidades e sentimentos, nas diversas situações
de interação presentes no cotidiano. Participação em situações de leitura
de diferentes gêneros feita pelos adultos, como contos, poemas, parlendas,
trava-línguas etc. Participação em situações cotidianas nas quais se faz
necessário o uso da leitura e da escrita. Observação e manuseio de materiais impressos,
como livros, revistas, histórias em quadrinhos etc.
Para a faixa de 04 a 05
anos a oralidade, a leitura e a escrita devem
ser trabalhadas de forma integrada.
Uso da linguagem oral
para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões,
ideias, preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas diversas
situações de interação presentes no cotidiano. Elaboração de perguntas e
respostas de acordo com os diversos contextos de que participa. Participação em situações que envolvem a
necessidade de explicar e argumentar suas ideias e pontos de vista. Relato de experiências vividas e narração de
fatos em sequência temporal e causal. Reconto de histórias conhecidas com
aproximação às características da história original no que se refere à
descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda do
professor. Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais, como trava línguas,
parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas e canções.
A leitura e a escrita
também podem fazer parte das atividades diversificadas, por meio de ambientes
organizados para: leitura — são organizados de forma atraente, num ambiente
aconchegante, livros de diversos gêneros, de diferentes autores, revistas,
histórias em quadrinhos, jornais, suplementos, trabalhos de outras crianças
etc.; jogos de escrita — no ambiente criado para os jogos de mesa, podem-se
oferecer jogos gráficos, como caça-palavras, forca, cruzadinhas etc. Nesses
casos, convém deixar à disposição das crianças cartelas com letras, letras
móveis etc., faz-de-conta — a criação de ambientes para brincar no interior ou
fora da sala possibilita a ampliação contextualizada do universo
discursivo, trazendo para o cotidiano da instituição novas formas de interação
com a linguagem. Esse espaço pode conter diferentes caixas previamente
organizadas pelo professor para incrementar o jogo simbólico das crianças, nas
quais tenham diversos materiais gráficos, próprios às diversas situações
cotidianas que os ambientes do faz-de-conta reproduzem, como embalagens
diversas, livros de receitas, blocos para escrever, talões com impressos
diversos etc.
A avaliação é de caráter
formativo, sendo um importante instrumento para que o professor possa obter
dados sobre o processo de aprendizagem de cada criança, reorientar sua prática
e elaborar seu planejamento, propondo situações capazes de gerar novos avanços
na aprendizagem das crianças. São consideradas experiências
prioritárias para as crianças de zero a três anos a utilização da
linguagem oral para se expressar e a exploração de materiais escritos.
Para isso, é preciso que as crianças participem de situações nas quais possam
conversar e interagir verbalmente, ouvir histórias contadas e lidas pelo
professor, presenciar diversos atos de escrita realizados pelo professor,
ter acesso a diversos materiais escritos, como livros, revistas, embalagens
etc. A partir dos quatro e até os seis anos, uma vez que tenham tido muitas
oportunidades na instituição de educação infantil de vivenciar experiências
envolvendo a linguagem oral e escrita, pode-se esperar que as crianças
participem de conversas, utilizando-se de diferentes recursos necessários
ao diálogo; manuseiem materiais escritos, interessando-se por ler e por ouvir a
leitura de histórias e experimentem escrever nas situações nas quais isso
se faça necessário, como, por exemplo, marcar seu nome nos desenhos. Para que
elas possam vivenciar essas experiências, é necessário oferecer
oportunidades para que façam perguntas; elaborem respostas; ouçam as colocações
das outras crianças; tenham acesso a diversos materiais escritos e possam
manuseá-los, apreciá-los e incluí-los nas suas brincadeiras; ouçam
histórias lidas e contadas pelo professor ou por outras crianças; possam
brincar de escrever, tendo acesso aos materiais necessários a isso.
Na data de 13 de junho foi trabalhado com as acadêmicas
de Pedagogia o Eixo da linguagem matemática.
De acordo
com o RCNEI, o trabalho com noções matemáticas na educação infantil
atende, por um lado, às necessidades das crianças de construírem conhecimentos
que incidam nos mais variados domínios do pensamento, por outro, corresponde a
uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar e
compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades.
As noções matemáticas (contagem, relações
quantitativas e espaciais etc.) são construídas pelas crianças a partir das
experiências proporcionadas pelas interações com o meio, pelo intercâmbio com
outras pessoas que possuem interesses conhecimentos e necessidades que podem
ser compartilhados. As crianças têm e podem ter várias experiências com o
universo matemático e outros que lhes permitem fazer descobertas, tecer
relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e localizar-se
espacialmente. Configura-se desse modo um quadro inicial de referências lógico
matemáticas que requerem outras, que podem ser ampliadas. São manifestações de
competências, de aprendizagem, advindas de processos informais, da relação
individual e cooperativa da criança em diversos ambientes e situações de
diferentes naturezas, sobre as quais não se tem planejamento e controle.
Entretanto, a continuidade da aprendizagem matemática não dispensa a
intencionalidade e o planejamento. Reconhecer a potencialidade e a adequação de
uma dada situação para a aprendizagem, tecer comentários, formular perguntas,
suscitar desafios, incentivar a verbalização pela criança etc., são atitudes
indispensáveis do adulto. Representam vias a partir das quais as crianças
elaboram o conhecimento em geral e o conhecimento matemático em particular.
Deve-se
considerar o rápido e intenso processo de mudança vivido pelas crianças, pois
as mesmas apresentam possibilidades de estabelecer vários tipos de relação
(comparação, expressão de quantidade), representações mentais, gestuais e
indagações, deslocamentos no espaço.
À medida
que crescem, as crianças conquistam maior autonomia e conseguem levar adiante ações
que tenham uma finalidade, conseguem formular questões mais elaboradas,
aprendem a trabalhar diante de um problema, desenvolvem estratégias, criam ou
mudam regra de jogos, revisam o que fizeram e discutem entre pares as
diferentes propostas.
Na
educação infantil o uso da matemática se dá através de
conversas, resolução de problemas cotidianos, registro e comunicação de ideias
matemáticas.
Pensando
assim, a avaliação consiste em observar e compreender os significados que as crianças
dão às atividades trabalhadas, percebendo o que elas sabem e pensam sobre as noções
matemáticas, evitando a aplicação de avaliações tradicionais que tem como
objetivo a classificação. O enunciado do RCNEI (1998, v.3, p.238) apresenta: “A
avaliação terá a função de mapear e acompanhar o pensamento da criança sobre
noções matemáticas, isto é, o que elas sabem e como pensam para reorientar o
planejamento da ação educativa”.
O
professor deve levar em consideração que há inúmeras maneiras de se responder
uma pergunta e que os pontos de vista infantis mudam constantemente, propondo,
assim, atividades contextualizadas que permitam à criança avançar em suas
hipóteses. Desse modo, a avaliação será um instrumental baseado nos avanços
alcançados pelas crianças.
É
prioridade deste eixo, para crianças de 0 a 05 anos, o contato com números e a
exploração dos espaços trabalhados nas atividades, no intuito de possibilitar o
avanço das crianças para situações de contagem oral, registro de quantidade e
comunicação de posições e localização.
A
observação do professor é realizada sistematicamente nas atividades, percebendo
as estratégias utilizadas pelas crianças para contar, registrar quantidades e
verbalizar posições e localização no cotidiano da sala de aula.
No
que diz respeito à apropriação dos conteúdos matemáticos, o professor deve
mobilizar as crianças, acompanhando suas ações no desenvolver das atividades.
Ao docente, como mediador do conhecimento produzido historicamente pelo homem,
cabe o planejamento de ações em sala de aula. Além de preocupar-se com o
conteúdo matemático envolvido em cada atividade, deve definir a metodologia de
seu trabalho para que este envolva todas as crianças e para que crie situações
de aprendizagem que garantam a apropriação dos conteúdos, respeitando as
diferenças dos alunos.
Subentende-se que o professor é o organizador da
atividade e por isso sabe o que está em jogo no espaço da sala de aula: o
conteúdo, as dificuldades em aprender, as respostas que indicam se o conceito
está sendo apreendido ou não, e as solicitações necessárias para redirecionar a
busca de um nível mais avançado de conhecimento.
Devido a este fato é Esta é interessante se realizar uma
análise crítica dos Referenciais Curriculares Nacionais de Educação Infantil,
com o intuito de adentrar pelos meandros e pelas tramas de uma proposta
curricular, buscando revelar, por entre letras e números, a concepção sobre infância
e matemática que o documento veicula.
Segundo o RCNEI, a ideia fundamental é a de proporcionar aos
sujeitos o acesso a um conjunto de signos e regras que articulam o conhecimento
matemático, de modo que o sujeito possa resolver problemas.
“Historicamente a Matemática tem-se caracterizado como
uma atividade de resolução de problemas de diferentes tipos. A instituição de
Educação Infantil poderá constituir um contexto favorável para propiciar a
exploração de situações-problema.” (Brasil, 1998, p. 211).
Portanto, o conhecimento matemático é entendido a partir
de seu valor cultural, da construção social, abre possibilidades para que o
sujeito se veja como aquele que se apropria de conhecimentos, que é capaz de confrontar
teorias e estabelecer relações com outros sujeitos e objetos (Araujo, 2005, p.
3).
Por essa razão, defende-se a dimensão histórico-lógica
para ensinar a matemática, o que significa perceber o movimento histórico cultural
do homem, ao transformar a natureza em busca de melhores condições de vida. No
caso específico da matemática, a necessidade de contar promoveu o controle das
quantidades por meio de sistemas de signos, conhecimentos matemáticos que foram
sendo desenvolvidos ao longo do tempo, desencadeando a necessidade de serem
compartilhados com todos os membros do grupo, com a finalidade de promover a comunicação
entre os sujeitos, para a realização de ações colaborativas. (Moura, 2007).
O objetivo da situação-problema, para o RCNEI, é o de desenvolver
o raciocínio lógico da criança, como se a aprendizagem de matemática fosse uma
iniciação, para que o sujeito, ao adquirir competência para resolver problemas
de seu cotidiano, torne-se capaz de lidar satisfatoriamente com as situações
que irá resolver mais tarde, em sua vida profissional. Essa é uma visão
restrita ao utilitarismo e tem como meta educacional, como salienta Duarte
(2001, p. 63), “a formação de um indivíduo preparado para a constante adaptação
às demandas do processo de reprodução do capital”.
O RCNEI afirma que a situação-problema é aquela que:
[...] deve ser criteriosamente planejada, a
fim de que esteja contextualizada, remetendo a conhecimentos prévios,
possibilitando a ampliação de repertórios de estratégias no que se refere à
resolução de operações, notação numérica, formas de representação e comunicação
etc., e mostrando-se como uma necessidade que justifique a busca de novas informações
(Brasil, 1998, p. 212).
O RCNEI, em diversos momentos, afirma que se deve
considerar o conhecimento prévio dos alunos para, a partir destes, desenvolver estratégias
de ensino que permitam a aquisição de novos conteúdos. A perspectiva
histórico-lógica não despreza a importância desses conhecimentos, mas amplia o
seu papel na apropriação da linguagem matemática, como assevera Moura:
A
atividade de ensino que traduz em conteúdos os objetivos de uma comunidade e
que considera as diferenças individuais e as particularidades dos problemas
deve ter como preocupação básica colocar em ação os vários conhecimentos
presentes em sala de aula no processo de construção de novos conhecimentos. (Moura,
1996, p. 32).
Portanto, o jogo é considerado como parte do universo da
criança que a auxiliará na apropriação do conhecimento produzido historicamente
pelo homem.
De modo geral, pode-se dizer que o RCNEI assume um
discurso ambíguo, “que o torna mais facilmente assimilável por um grande contingente
de educadores” (Duarte, 2001, p. 65), sobretudo quando ressalta a formação de
cidadania:
O
trabalho com a Matemática pode contribuir para a formação de cidadãos
autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas.
Nessa perspectiva, a instituição de educação infantil pode ajudar as crianças a
organizarem melhor as suas informações e estratégias, bem como proporcionar condições
para a aquisição de novos conhecimentos matemáticos. O trabalho com noções
matemáticas na educação infantil atende, por um lado, às necessidades das próprias
crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do
pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de
instrumentalizá-las para melhor viver, participar e compreender um mundo que
exige diferentes conhecimentos e habilidades (Brasil, 1998, p. 207).
O que se percebe aqui é que a criança constrói
conhecimento, pensamento, representações, capacidades. Fato este que delega à criança a
responsabilidade pelo seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Percebe-se
que o RCNEI (1998) trouxe avanços para a avaliação, apresentando uma visão diagnóstica,
deixando clara a importância desse processo para a qualidade de ensino na educação
infantil, valorizando a observação, o registro e a avaliação formativa.
Fica
evidente que a avaliação não é um processo de julgamento, mas sim de reflexão,
devendo ocorrer cotidianamente, já que a criança apresenta diferenças todos os
dias.
A
contribuição fundamental do processo avaliativo leva em consideração a criança
e sua evolução no processo de aquisição do conhecimento.
Desta
forma, a avaliação deve servir para que o professor reflita sobre a sua ação
pedagógica revendo seus métodos e práticas de ensino, em função do aprendizado
dos alunos.
Esta
visão de avaliação exige do professor competências múltiplas e uma gama de conhecimentos,
a fim de que ele possa, na rotina diária de seu trabalho pedagógico, observar e
registrar a evolução das crianças.
Assim,
a existência da avaliação visa garantir a qualidade do processo ensino e aprendizagem,
tendo como foco a evolução e os caminhos percorridos pelos alunos em interação
com o professor.
Pode-se
concluir que a organização de situações de aprendizagem nos diferentes espaços
e tempos na escola infantil é fundamental para a formação e significação dos conceitos
matemáticos, ocorrendo à interação entre os alunos e profissionais, retratando
a proposta pedagógica da escola, mesmo que de forma não direta.
Para
finalizar, acredita-se que a educação, em geral, e a lógico/matemática, em especial,
podem oferecer às crianças instrumentos que potencializem o pensamento e a ação
para interpretar e enfrentar, de forma significativa, os problemas da vida, e
cabe aos educadores introduzir atividades voltadas para isso, desde a escola
infantil.
Em 06 de junho o eixo abordado pelas alunas Josinéia, Amanda, Adélia,
Lorena, Vanessa e Andressa foi Natureza e sociedade. Tomando por base os
Referências Curriculares Nacionais as acadêmicas tentaram mostrar como as
crianças, desde muito pequenas, interagem com o meio natural e social no qual
vivem com isso aprendem sobre o mundo, fazendo perguntas e procurando respostas
as suas indagações e questões.
O Referencial Curricular para
a Educação Infantil (RCNEI), nos diz que um dos eixos a serem explorados na
escola da infância diz respeito a Natureza e Sociedade. Neste documento fica
claro que a função da educação infantil é aguçar a curiosidade infantil em
todas as áreas e promover atividades significativas de modo que a criança desde
pequena seja coloca em frente ao mundo de forma estimuladora, criativa e
crítica.
O eixo de Natureza e Sociedade reúne temas pertinentes ao mundo social e
natural. A intenção é que o trabalho ocorra de forma integrada, ao mesmo tempo
em que são respeitadas as especialidades das fontes, abordagens e enfoques
advindos dos diferentes campos das Ciências Humanas e Naturais, sendo que na
maioria das instituições, esses conteúdos estão relacionados à preparação das
crianças para os anos posteriores na sua escolaridade.
Assim, "O
trabalho com os conhecimentos derivados das Ciências Humanas e Naturais deve
ser voltado para a ampliação das experiências das crianças e para a construção
de conhecimentos diversificados sobre o meio social e natural. Nesse sentido,
refere-se à pluralidade de fenômenos e acontecimentos — físicos, biológicos,
geográficos, históricos e culturais —, ao conhecimento da diversidade de formas
de explicar e representar o mundo, ao contato com as explicações científicas e
à possibilidade de conhecer e construir novas formas de pensar sobre os eventos
que as cercam." (BRASIL, 1998, p. 166).
Com relação ao tempo e espaço, normalmente os conteúdos são tratados de
forma desvinculada de suas relações com o cotidiano, com os costumes, com a
História e com o conhecimento geográfico construído na relação entre os homens
e a natureza. Em algumas práticas, tem sido priorizado o trabalho que parte da ideia
de que a criança só tem condições de pensar sobre aquilo que esta próxima a ela
e, portanto, que seja materialmente acessível e concreto; e também da ideia de
que, para ampliar sua compreensão sobre a vida em sociedade, é necessário graduar
os conteúdos de acordo com a complexidade que apresentam.
Para que elas possam conhecer algo sobre os diferentes tipos de
organização social, devem centrar sua aprendizagem, primeiro sobre os grupos
menores e com estruturas mais simples, e posteriormente, sobre as organizações
sociais maiores e mais complexas.
Dessa forma, desconsideram-se o interesse, a imaginação e a capacidade
da criança pequena para conhecerem locais e historias distantes no espaço e no
tempo e lidar com informações sobre diferentes tipos de relações sociais.
O eixo destaca propostas e práticas escolares diversas que partem
fundamentalmente da ideia de que falar da diversidade cultural, social, geográfica
e histórica, bem como reforçar certas atitudes relacionadas à saúde e higiene.
Outras práticas podem levar a experiências de observação de pequenos
animais ou plantas, cujos passos já estão previamente estabelecidos, sendo
conduzidos pelo professor.
Trabalhando com estes princípios as crianças refletem e gradativamente
tomam consciência do mundo de diferentes maneiras em cada etapa do seu
desenvolvimento.
As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente
ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão.
À medida que crescem se deparam com fenômenos, fatos e objetos do
mundo, perguntam, reúnem informações, organizam explicações e arriscam
respostas, ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de conceber a natureza e a
cultura.
O contato com o mundo nos primeiros anos de vida permite à criança
construir conhecimentos práticos sobre seu entorno, relacionados à sua
capacidade de perceber a existência de objetos, seres, formas, cores, sons,
odores, de movimentar-se nos espaços e de manipular os objetos, passando a
criança a partir de tais pressupostos a expressar e comunicar seus desejos e emoções,
atribuindo as primeiras significações para os elementos do mundo e realizando
ações cada vez mais coordenadas e intencionais, em constante interação com
outras pessoas com quem compartilha novos conhecimentos.
Quanto menores forem às crianças, mais suas representações e noções
sobre o mundo estão associadas diretamente aos objetos concretos da realidade
conhecida, observada, sentida e vivenciada.
O crescente domínio e uso da linguagem, assim como a capacidade de
interação, possibilitam, todavia, que seu contato com o mundo se amplie, sendo
cada vez mais mediado por representações e por significados construídos
culturalmente.
Quando as experiências cotidianas são mais variadas e os seus critérios
de agrupamento não dão mais conta de explicar as relações, as associações
passam a serem revistas e reconstruídas.
Nesse processo constante de reconstrução, as estruturas de pensamentos
das crianças sofrem mudanças significativas que repercutem na possibilidade de compreenderem de modo diferenciado tanto os
objetos quanto a linguagem usada para representá-los.
Os objetivos apontados no RCNEI para o eixo
Natureza e Sociedade na aplicação para crianças de 0 a 3 anos são explorar o ambiente, para que possa se relacionar com pessoas,
estabelecer contato com pequenos animais, com plantas e com objetos diversos,
manifestando curiosidade e interesse, já para as crianças na faixa etária de 04
a 06 anos o documento traz como objetivos interessar-se e demonstrar
curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando
soluções, manifestando opiniões próprias e confrontando ideias; estabelecer
algumas relações entre o modo de vida característico de seu grupo social e de
outros grupos e estabelecer relações entre o meio ambiente e as formas de vida
que ali se estabelecem.
Quanto aos conteúdos, para crianças de 00 a 03 anos explicita que se
deve trabalhar a participação em atividades que envolvam histórias,
brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais em
geral; exploração de diferentes objetos e suas propriedades; contato com pequenos
animais e plantas; conhecimento do próprio corpo por meio do uso e da
exploração de suas habilidades.
Para as crianças de 04 a 06 anos sugere-se organização dos grupos e seu
modo de ser, viver e trabalhar; os lugares e suas paisagens; objetos e
processos de transformação; os seres vivos; os fenômenos da natureza.
A observação e a exploração do meio são as principais possibilidades das
crianças aprenderem. As crianças devem ter liberdade para manusear e explorar
os diferentes tipos de objeto.
Para o trabalho com este eixo o professor deve partir de perguntas
interessantes, apresentar explicações, considerando os conhecimentos das
crianças sobre o assunto.
Na questão da avaliação o RCNEI transcreve que
a criança de 0 a 03 anos deve participar de atividades que envolvam a
exploração do ambiente imediato e a manipulação de objetos, pois nessa fase, o
método de avaliação é a observação. O registro é a fonte de informação sobre as
crianças, em seu processo de aprender, e sobre o professor, em seu processo de
ensinar.
Para a faixa etária de 04 a 06 anos o professor deve desenvolver
atividades variadas relacionadas a festas, brincadeiras, músicas e danças da
tradição cultural da comunidade, devem ser promovidas situações significativas
de aprendizagem para que as crianças exponham suas ideias e opiniões e devem
ser oferecidas atividades que as façam avançar nos seus conhecimentos.
O momento de avaliação implica numa reflexão do professor sobre o
processo de aprendizagem, pois a mesma não se dá somente no momento final do
trabalho, é tarefa permanente, a prática de observar as crianças indica
caminhos para selecionar conteúdos e propor desafios, sendo o registro o acervo
de conhecimentos do professor que lhe possibilita avaliar as crianças propondo
novos encaminhamentos.
A elaboração de projetos é, por excelência, a forma de organização
didática mais adequada para se trabalhar com este eixo, devido à natureza e à
diversidade dos conteúdos que ele oferece e também ao seu caráter interdisciplinar.
A articulação entre as diversas áreas que compõem este eixo é um dos
fatores importantes para a aprendizagem dos conteúdos propostos, a partir de um
projeto sobre animais, por exemplo, o professor pode ampliar o trabalho,
trazendo informações advindas do campo de História ou da Geografia.
O principal objetivo do trabalho pedagógico com este eixo é permitir à
criança explorar o meio ambiente natural e social, de acordo com as suas
capacidades, conhecimentos prévios e hipóteses que cria para explicar os
fenômenos que observa.
O professor pode aproximar as crianças de universos culturais e sociais
diversos. Com sensibilidade, criatividade e realizando pesquisas.
Lendas do nosso folclore, tão rico nas diferentes regiões do país.
Narrativas fantásticas dos vários povos que formaram o nosso povo brasileiro,
como: contos de fadas dos europeus que para cá vieram; histórias das tribos
africanas que foram trazidas nos navios negreiros; mitos dos indígenas que já
viviam por todo este nosso território... e até histórias dos imigrantes,
viajando num tapete mágico das mil e uma noites de origem árabe, ou com o
fantoche nos ensinando a fazer os origamis que os japoneses trouxeram, dentre
tantas outras possibilidades.
Deste modo, o professor estará criando oportunidades para que as
crianças percebam o quanto nossa diversidade cultural é rica, e ensinando a
respeitar as diferenças e a superar a discriminação. Além disso, as histórias
podem envolver também o cuidado com a natureza e o meio ambiente, utilizando
personagens inspirados na nossa fauna e flora, e despertando desde cedo à
necessidade de preservação.
Ao refletir sobre as abordagens que o RCNEI traz em relação às
metodologias, aos conteúdos, à sistematização das produções e principalmente
dos trabalhos e conhecimentos a serem construídos e, comparando com a realidade
atual das escolas pode-se perceber quão distante está à prática de toda a
teoria que fundamenta o fazer pedagógico. Portanto, cabe ao professor ao
trabalhar pedagogicamente sobre o Eixo Natureza e Sociedade, uma maior
apropriação da criança pelo conhecimento do meio natural e social em que vive,
de acordo com suas capacidades de explorar e criar suas inúmeras experiências
de vida. Com isso, ele certamente aproximará a criança da diversidade cultural
e social, concebendo a mesma como um cidadão em formação, participante de uma
sociedade plural que exige uma postura crítica diante de qualquer ação; postura
essa que pode começar e deve ser construída desde a Educação Infantil.
Por isso a importância de se buscar a qualidade para o trabalho
desenvolvido: “A busca da qualidade do atendimento envolve questões amplas
ligadas às políticas públicas, às decisões de ordem orçamentária [...]”
(BRASIL, 1998, p. 14). Esta é a parte que cabe ao Estado suprir, contudo, há
uma parte essencial que cabe à escola, sob a responsabilidade, principalmente,
do professor: realizar um bom trabalho tendo em vista o conteúdo referente às
ciências Naturais e Sociais.