domingo, 21 de abril de 2013

AULA 18 DE ABRIL DE 2013 – ORIENTAÇÕES E DISCUSSÕES PARA O TRABALHO EM GRUPO – RCNE VOLUME 3


Na data de 18/04/2013 não houve aula, somente ocorreram orientações para prática com referência ao RCNEI volume 3.
A formação inicial do professor/educador para uma Educação Infantil de qualidade contempla um processo de construção de um projeto educacional de qualidade para a criança de 0 a 5 anos devendo ser contínua e permanente. A formação inicial básica em nível superior, como proposto pela nova LDB, ou o retorno dos educadores para escola através de programas supletivos especiais, embora essenciais, não bastam.
Uma educação de qualidade exige formação de qualidade amparada em conceitos e práticas que possibilitem o docente a atuar na área básica com eficiência e comprometimento.
Portanto, a formação deve estar relacionada ao saber, ao saber fazer e ao saber explicar, planejar o fazer e gostar do que faz, visto que é nessa fase que se inicia a formação do sujeito como ser pensante e participante da sociedade da qual habita. Para isso é preciso formar professores/educadores/pedagogos através de observações, discussões e reflexões sobre suas ações cotidianas no interior da creche ou pré-escola. Nesse processo, é necessário dar especial atenção às concepções, crenças, valores e projetos de vida desse profissional, a sua própria identidade pessoal que, intimamente associada a sua identidade profissional, influencia a qualidade geral de seu trabalho. O que ele pensa a respeito da sociedade, da função social da creche, da escola e da educação? Quais as suas ideias sobre o que é um bom ou mau professor? Não lhe bastam apenas obter conhecimentos e técnicas, dominar conteúdos e metodologias de ensino, é necessário que  construa uma visão ética e política da sua prática profissional. Aliás, é enganosa a ideia de que existe uma proposta psicopedagógica completamente pronta e organizada a ser executada. Essa proposta muda conforme as possibilidades da instituição, o momento histórico, a população atendida e a dinâmica das relações que ali ocorrem. Ela acontece através de planejamento, ação, avaliação, replanejamento, em um processo em que devem estar envolvidos todos os profissionais da equipe. Para isso, no entanto, todos precisam ser respeitados enquanto profissionais, com direitos e deveres. O que pressupõe condições adequadas de trabalho e remuneração. Pressupõe também tempo disponível na rotina para planejamento, registro e reflexões.
O apoio e parceria dos colegas e supervisores  é fundamental para que haja um aprimoramento na qualidade do trabalho realizado por todo o grupo, favorecendo a criação de um espírito de equipe, onde cada um se percebe como peça fundamental na construção do conhecimento pessoal e coletivo, do conhecimento das crianças, da proposta pedagógica da instituição, de sua identidade profissional e da qualidade do serviço prestado à comunidade como um todo. Só assim será possível atender à necessidade de conquistar qualidade nas ações educativas, para propiciar o melhor desenvolvimento possível às crianças.
Entretanto, trabalhar em equipe nem sempre e uma atividade fácil, visto que existem os mais dedicados e aqueles que não possuem perspectivas, embarcando nas ideias de um referencial.
Equipe não é somente o conjunto de pessoas que atuam juntas num determinado projeto, cada qual na sua função. O significado é mais profundo, a ideia é que cada integrante saiba qual é a sua parte no grupo, mas que leve em consideração o todo, valorizando o processo inteiro e colaborando com ideias e sugestões. E o resultado da meta estabelecida, seja um projeto eficaz, grandioso, trabalhoso na maioria das vezes, mas com amplas gratificações, não somente para o líder, mas para todos os envolvidos.
Percebe-se na atualidade do contexto acadêmico àqueles que desejam o estandarte, o grau mais elevado, buscam, pesquisam, vão além do estipulado em contrapartida aqueles que não possuem expectativas, vivem na mesmice esperando que algo caia dos céus em seu benefício. É coerente afirmar que numa equipe cada um tem que querer pertencer ao grupo, trazer sugestões, levantar hipóteses, questionar e aliar forças em busca de um ideal comum. Portanto, cada integrante da equipe precisa ter consciência de que seu trabalho é importante para seu grupo e se sentir valioso para ele.
Manter uma equipe coesa, no entanto, não é tarefa das mais fáceis. Afinal, trata-se de lidar com seres humanos e saber conciliar suas diferenças.
Equipe é isso. Ela tem um líder natural, mas também tem de ter tripulantes e não passageiros. Os passageiros apenas ficam encostados à janela do avião, esperando a aterrissagem. Já os tripulantes colaboram para o sucesso da aterrissagem, porque cada um tem a sua função também. E todas elas são peças fundamentais para que esse avião possa decolar e aterrissar.
Com referência ao Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, o mesmo deve ser entendido como uma proposta aberta, flexível e não obrigatória, que visa à estruturação de propostas educacionais adequadas á especificidade de cada região do país. O documento mostra as conquistas políticas documentais (Constituição, LDB, Diretrizes Curriculares...) e denota a incorporação, pelo MEC, da "Educação Infantil no sistema educacional regular." O documento aponta a especificação legal da Educação Infantil e sua importância ao ser reconhecida e apoiada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o que por, si só, já é uma grande vitória, mas a qualidade da ação é ainda um caminho muito difícil a conquistar.
O RCNEI é dito como subsidiador e instrumentalizador dos diferentes profissionais que trabalham diretamente com crianças; além de apresentar objetivos claros de – estabelecer parâmetros estaduais e municipais das políticas de Educação Infantil de maneira a subsidiar a produção e a avaliação de material didático, fornecer critérios de qualidade.
É, pois um instrumento de suporte à ação pedagógica, norteando o trabalho do futuro profissional e do profissional frente ao contexto escolar.
Com referência a música é possível ressaltar que a mesma aplicada a educação desenvolve um importante papel, sendo afirmado por Weigel (1988) e Barreto (2000) que essa atividade pode contribuir como reforço no desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança (citado em Chiarelli, 2005).
No desenvolvimento cognitivo/ linguístico, a fonte de conhecimento da criança são as situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu dia a dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmicas musicais, permitem uma participação ativa favorecendo o desenvolvimento dos sentidos. Ao trabalhar com os sons a criança desenvolve sua acuidade auditiva, ao acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons ela esta descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive. 
No psicomotor, as atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso.
Quanto à questão do desenvolvimento sócio-afetivo, a criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros. Nesse processo a autoestima e a autorrealização desempenham um papel muito importante. Através do desenvolvimento da autoestima ela aprende a se aceitar como é com suas capacidades e limitações.
As atividades musicais coletivas favorecem o desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Dessa forma a criança vai desenvolvendo o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe deem prazer, ela demonstra seus sentimentos, libera suas emoções, desenvolvendo um sentimento de segurança e autorrealização.
Sendo assim a música é de grande importância para o desenvolvimento de estímulos no ser humano, tornando indispensável sua utilização na aprendizagem de crianças com necessidades especiais, já que:
“Crianças mentalmente deficientes e autistas geralmente reagem à música, quando tudo o mais falhou”. A música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem. A terapia musical foi usada também para melhorar a coordenação motora nos casos de paralisia cerebral e distrofia muscular. Também é usada para ensinar controle de respiração e da dicção nos casos em que existe distúrbio da fala. (SADIE em BRÉSCIA, 2003, p50).
Portanto, é possível afirmar que a implantação de uma proposta pedagógica musical, a fim de relacionar a teoria com a prática, ou seja, trazer para dentro da sala de aula, a vivência de várias culturas através da música, na qual novos ritmos sejam mostrados, novos instrumentos musicais reconhecidos consistem em instigar o aluno a buscar o conhecimento de uma história e seus significados.

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