Na
data de 21 de março de 2013 foi retomada a discussão a respeito do livro
Educação Infantil – Pra que te Quero?, livro dividido em 13 capítulos que
abordam desde as concepções históricas da Educação Infantil ( discutidas
anteriormente), até as concepções
norteadoras para práticas nesta fase, tais como ensino das artes, ciências e a
alfabetização e o letramento.
O
livro é de suma relevância visto que o profissional em fase de formação
necessita conhecer sobre as temáticas que envolvem o desenvolvimento da
criança, de maneira tal a oferecer-lhes melhores condições de aprendizado e de
participação na sociedade na qual vivem.
No capítulo 09, Na escola Infantil todo mundo brinca se você
brinca, foi possível fazer uma reflexão sobre o saber brincar hoje, criticando
a visão de alguns pais e educadores que dizem que: "as crianças hoje em
dia não sabem mais brincar". (p.101) Neste contexto discutiu-se a relação
dos adultos com as crianças, a importância do participar ativamente da
brincadeira e não somente “fiscalizar”, ou cruzar os braços e ficar cuidando
para que nada aconteça aos pequenos. No que diz respeito "a história do
brincar nos tempos" (p.103) as autoras enfatizam a visão de mundo que a
criança tem através dos jogos e brinquedos, seja ele qual for antigos ou novos,
a criança transporta seus sentimentos de
desejos, felicidades e angústias através deles, criando e recriando novas
maneiras de brincar. Sendo assim entende-se que é preciso primeiro
conhecer/entender o processo histórico cultural para entender uma nova maneira
de brincar. A importância do ato de brincar vai além da simples distração, é
través da brincadeira que a criança aprende desde cedo a organizar-se e
socializar-se, assimilando e respeitando regras. As brincadeiras de faz de
conta são importantes, pois, possibilitam à criança a representação simbólica
do papel que deseja imitar na vida real ao mesmo
tempo em que as transporta imaginariamente a vida social. No
convite a sala de educação infantil a autora aponta e critica as formalidades e
controle disciplinares da escola infantil, lembrando que o Ser criança precisa
da mobilidade, do toque, do agir para interagir com o meio e expressar-se, mas
quando isso não é respeitado perde-se o prazer do brincar e consequentemente
perde-se o prazer de ir à escola. Para finalizar a autora faz um alerta sobre a
nova maneira de brincar relacionando-a ao modelo capitalista que se aproveita
das crianças "consumidor em formação" (p.108) influenciando-as ao
mercado de consumo realçando a importância de brincar junto com as crianças e
reservar um tempo para brincadeiras livres, para que assim elas tenham este
direito garantido.
E possível salientar que uma brincadeira traz um aprendizado,
sendo ela uma atividade dirigida ou livre, sendo que neste contexto é
necessário que o educador entenda que seu papel é importante como motivador
deste processo educacional, bem como a conscientização dos pais, pois são peças
fundamentais na vida de seus filhos.
Entende-se que o brincar é muito importante para o desenvolvimento
da criança, por isso a escolha do tema, do jogo, da brincadeira é essencial,
pois através destes meios é possível trabalhar o lado motor, cognitivo, social e
emocional do indivíduo.
Na Educação Infantil a criança, por não saber ainda expressar seus
desejos através de palavras ou frases, comunica-se com o corpo e, em uma
brincadeira, é possível entendê-la.
Esta é a fase do brincar, de desenvolver a criatividade, a
imaginação, do aprendizado de regras etc..
Diante disto é essencial que a escola tenha profissionais de
qualidade, preparados e que defendam a prática do brincar nas instituições.
Já no capítulo 11, As Práticas musicais na educação infantil foram
discutidas, de maneira geral a importância da musicalização na sala de aula,
afinal é a partir desta que a criança consegue compreender ritmos, sons,
respeitar seu tempo e espaço, sendo que dessa forma ela poderá estabelecer
vínculos com os gêneros e estilos que mais tenham significado para a sua
formação enquanto sujeito.
A música está presente em todos os espaços e tempos, na história
pessoal e coletiva dos grupos. É fonte de cultura e aprendizagem, lazer e
prazer, arte e educação. O fazer musical na Educação Infantil não pode estar
condicionado à existência ou não de sensibilidade do educador para esta arte; é
imprescindível que se rompam barreiras e se delineiem novos contextos.
Desconsiderá-la no ambiente educativo é negar as vivências e contribuições de
cada um. É impedir que se façam presentes as tradições de um povo que carrega
sua identidade nas músicas que permeiam as brincadeiras de criança; é permitir
que ações mecânicas e desprovidas de significados continuem a fazer parte do
ambiente escolar.
A escola é o ponto de encontro de todas as culturas e deve,
portanto, estar aberta incondicionalmente a todas as formas de expressão, sendo
que para tal é necessário se repensar as práticas para que o papel da música na
Educação Infantil contribua para a construção de uma sociedade em que prevaleça
o respeito à criatividade e o processo artístico. Nesse contexto, o papel da
música na pré-escola apresenta-se como elemento fundamental na formação
integral da criança, objetivo fundamental da educação da primeira infância.
No capítulo 12, Conversando, Lendo e escrevendo com as crianças na
Educação Infantil as autoras trazem questionamentos a respeito da oralidade, da
alfabetização e a necessidade da conversa com a criança desde a mais tenra
idade com intuito de torná-la um cidadão crítico e reflexivo.
Desde que nascem as crianças interagem com o mundo que as cerca, o
que também ocorre com a leitura e a escrita. Passear pelas ruas e ver letras e números
em letreiros e outdoors, assistir televisão e ver tantas e tantas coisas
escritas, ouvir histórias e apreciá-las folheando as páginas dos livros, ver
adultos escrevendo e lendo, experimentar escrever como fazem os adultos, etc.,
são apenas algumas das possibilidades de contato com textos que as crianças
pequenas podem ter. E é assim que ingressam na Educação Infantil, com vivências
e conhecimentos diversos sobre ler e escrever.
A Educação Infantil tem por meta ampliar as experiências das
crianças com o universo do qual fazem parte. São crianças curiosas, ávidas por
descobertas. Interagir com outros, colegas e adultos diferentes daqueles do
âmbito familiar; aprender a compartilhar; conhecer melhor as possibilidades do
próprio corpo a partir de jogos, brincadeiras e movimentos dos mais diversos;
criar mundos e atuar em papéis variados, sendo um herói, uma princesa, um
médico, um professor, um construtor, são algumas das vivências fundamentais que
a escola precisa proporcionar. Sabe-se que, neste segmento, o jogo, a
brincadeira, o lúdico cumprem um papel importante, já que será por meio deles
que muitas dessas experiências acontecerão.
O contato com a televisão é focado de maneira que a criança se
torne culturalmente inserida no mundo da tecnologia, contudo é essencial
enfatizar-se que de nada adianta largar a criança em frente ao televisor sem
uma instrução prévia, uma discussão a respeito do que assiste de maneira tal
que ela se torne apta a expressar sua própria opinião a respeito do programa,
de seus gostos, do que observou.
A conversa com os pais no caminho de ida e vinda da escola, nas
refeições ou nas horas de lazer é essencial para que a criança internalize a
cultura na qual está inserida e passe a compreender o mundo e expressar suas
opiniões.
Ao professor cabe o dialogo depois de um jogo, de assistir a um
filme de maneira que a criança passe a dar os primeiros passos para a vida.
Portanto, é essencial que família e escola trabalharem juntas de
maneira a inserir a criança na sociedade culturalmente, instigada pelo desejo
do saber e do aprender mais.
A proposta envolvendo a leitura e a escrita de textos também pode
fazer parte desse repertório de inclusão do sujeito no mundo letrado.
Essas são tarefas que as aproximam da escrita, estimulam a
oralidade para que passem a interagir socialmente desde cedo.
Relacionar-se com a literatura, por exemplo, é uma das
experiências mais ricas que a escola pode oportunizar. Ouvir leituras diárias
feitas pelos professores, visitar a biblioteca, ser apresentado a novos
títulos, levar livros para casa a fim de apreciá-los, conversar sobre o que se
lê, sobre o que se pensa sobre as histórias, conhecer mil e um contos,
diferentes princesas, príncipes, algumas bruxas, uns tantos lobos… A literatura
abre as portas para o encantamento das crianças em relação à escrita. Porém,
nem só de literatura vive a Educação Infantil.
As crianças também podem ser produtoras de textos, orais, quando
se comunicam e expressam o que sentem.
Mesmo sem saber ler ou escrever, podem ser leitoras ao abrir um
livro ouvir a história ou o poema que lá está escrito; se comunicarem com as
ilustrações, interpretá-las e memoriza-las, ao se comunicarem com os pais
dizendo o que fizeram na escola, como foi seu dia passam do mudo para o oralisado, sentem-se úteis e
participantes da sociedade na qual habitam.
Não é o acerto sobre onde
uma brincadeira está escrita ou o registro convencional de um título de
história que importam para nossa escola e para o professor, mas a oportunidade
de participar de atos verdadeiros de leitura e de escrita. Sem exigências
absurdas, que não condizem com a Educação Infantil e suas características, as
crianças estão aprendendo sobre as funções sociais que a escrita e a leitura
podem ter e estão construindo critérios importantes para, gradativamente,
compreender como funciona nossa escrita alfabética, através do ouvir, tatear,
expressar-se. E é assim que este segmento pode ter espaços assegurados para o
ler e o escrever sem desconfigurar o tempo da criança, mas sim colocando-a frente
a cultura de seu tempo.
Finalmente no capítulo 13, Ensino das Ciências e Educação
Infantil, Gladys e Craidy discorrem sobre a necessidade de exploração do mundo
através das práticas realizadas no ensino das ciências.
Vivemos em uma sociedade impactada pela ciência e pela tecnologia,
onde todo cidadão necessita de uma cultura científico-tecnológica para
entender, integrar-se e atuar no mundo que o rodeia. Da mesma forma, mostrar
que a Ciência é uma elaboração humana para uma compreensão do mundo, desde muito
cedo, é uma meta para o ensino na escola. Assim, evidencia-se a necessidade de
formar gerações reflexivas, que tenham capacidade crítica para analisar
informações e tomar decisões responsáveis no âmbito das suas participações
sociais. Considerando-se os aspectos expostos, as autoras se propuseram a
utilizar e avaliar a eficácia da recreação como ferramenta metodológica para o
Ensino de Ciências na Educação Infantil, acerca dos temas esquema corporal,
hábitos alimentares saudáveis, gênero e sexualidade.
Mostrar que o Ensino de Ciências pode colaborar para a compreensão
do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo
e como indivíduo, é a meta que se propõe para o ensino da área na escola, pois
na ciência estão vários conteúdos que os unem: Mecânica, Química, Biologia...
Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem, significa afirmar que é dele o
movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações norteadas
pelo conhecimento científico. Desta forma a Educação Infantil deve preocupar-se
com a utilização do brincar nesses contextos para que ele possa ser de fato, um
facilitador para o desenvolvimento humano e integral, segundo Referencial
Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI, 1998).
Assim, desde cedo as crianças, buscam explicações adequadas aos fenômenos
que ocorrem no nosso cotidiano, temos curiosidade intensa, uma espécie de
espírito investigativo natural. Vivemos em uma sociedade impactada pela ciência
e pela tecnologia, onde todo cidadão necessita de uma cultura
científico-tecnológica para entender, integrar-se e atuar no mundo que o rodeia
(DÍAZ, 2004).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998), conhecer
a Ciência é ampliar a possibilidade presente de participação social e desenvolver
o conhecimento ajustado de si mesmo, conhecer o próprio corpo e dele cuidar valorizando
e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida
e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. Nessa
perspectiva, o Ensino de Ciências pode contribuir para a percepção da
integridade pessoal e para a formação da autoestima, da postura de respeito ao
próprio corpo e ao dos outros, para o entendimento da saúde como um valor
pessoal e social e para a compreensão da sexualidade humana sem preconceitos.
Portanto, é possível deduzir que o Ensino das Ciências propicia a
interação com diferentes contextos, materiais, fórmulas, registros, fragmenta o
conhecimento e busca articular o aprendizado de maneira científica e ao mesmo
tempo lúdica possibilitando que a criança forme opiniões, busque saberes,
compreenda fatos.
Exemplo de projeto desenvolvido pelo Curso de Formação de Docentes
do Instituto de Educação como meio de interar a criança e a sociedade em geral
em prol de uma causa “Educadores Verdes” a preservação do ambiente.
No final da exposição dos capítulos foi feita uma dinâmica na qual
cada grupo elaborava duas questões a respeito do tema abordado. No meu caso em
específico as questões se referiram ao capítulo 12 – Conversando, Lendo e Escrevendo
com as crianças na Educação Infantil.
Questões:
1. Mediante a reflexão proposta pelo texto de Craidy e Kaercher que
salienta que “a priori a leitura e a escrita devem ser trabalhadas apenas a
partir da primeira série do primeiro grau”, pergunta-se não havendo sustentação
teórica ou empírica para a ideia de pré requisitos para a alfabetização, por
que esperar até os seis sete anos para alfabetizar a criança?
2. Segundo o Capítulo 12, Conversando, Lendo e escrevendo com
crianças da Educação Infantil pode-se afirmar que no atual contexto não se
deseja obrigar a criança a concluir a Educação Infantil alfabetizada ou “ lendo
palavras simples”, entretanto também não se pretende que ela mergulhe em um
mundo que exclui textos, palavras ou letras. Desta forma como se repensar o
processo de alfabetização, de maneia tal a incluir a criança na cultura escrita
desde cedo?
As perguntas foram entregues para
o professor/orientador que promoveu a dinâmica da bala na qual cada acadêmico pegava
uma bala de dentro da lata sorteando desta forma uma pergunta referente a um
capítulo a ser respondida, sendo que poderiam ter balas que não continham
nenhuma transcrição podendo desta forma o sujeito escolher em qual grupo o
mesmo desejaria ficar.
Eu tive a oportunidade de
escolher qual questão desejava responder, optei em juntar-me a Priscila Dulski,
Almira e Josinéia e juntas respondemos qual a necessidade de se pensar espaços
sensoriais na educação infantil e no que tal processo auxilia a criança?
Questão que se refere ao capítulo 06 – Organização do Espaço e do tempo na Educação
Infantil.
No meu entender a experiência foi
fundamental para a resposta de tal questionamento, visto que aliando a teoria à
prática a justificativa se torna mais eloquente e verdadeira.
Salientamos na resposta que o espaço
na Educação Infantil faz com que a criança passe a interagir, socializar-se,
adequar-se a situações comuns da sua realidade, ambientando-se ao contexto
social. A criança passa a reconhecer seus limites, respeitar seu tempo, bem
como o do companheiro, socializando-se.
Visto que o ambiente escolar tem
como função primordial criar espaços e oportunidades para que as crianças se
desenvolvam através de atividades lúdicas, tanto em sala de aula como fora
dela, permitindo que os conhecimentos sejam construídos de maneira
interessante, envolvente, provocadora, possibilitando que o educando se
desenvolva como um todo.
Nessa visão, o educador deve
propor em sua prática pedagógica, não somente o espaço delimitado da sala de
aula, mas envolver o contexto em que seus alunos estão inseridos, valorizar a
realidade de cada um e trazer para o desenvolvimento das aprendizagens a
diversidade cultural que o meio proporciona. O conhecimento está muito além do
que os cantinhos na escola, mas nas ruas, nos ambientes produtores de
informações, nas vivências das crianças. Ao promover a inter-relação entre
todos os participantes desse processo, cada um, no seu tempo, construirá suas
habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras.
Sabe-se
que o conhecimento é construído por meio das relações entre os seres humanos,
num processo de trocas e mediações que desencadeia a produção e reprodução de
saberes práticos, conceitos, valores, formas de relação. Por intermédio de
relações significativas com o conhecimento, num confronto permanente entre
aquilo que já se sabe e o novo, o ser humano aprende e desenvolve-se cognitiva
e emocionalmente.