terça-feira, 7 de maio de 2013

Identidade e Autonomia- 0 a 03 anos- 02/05/2013


Na data de 02 de maio iniciam-se as apresentações dos seminários tomando por referência os eixos contidos nos Referências Curriculares para a Educação Infantil.
No primeiro foco foi abordado o eixo Identidade e Autonomia para crianças de 0 a 03 anos, pela equipe Claudiane, Deize e Priscila Oliveira, as quais trouxeram para o contexto acadêmico a forma lúdica de trabalhar tal questão, aspecto que pode ser referenciado pela questão filosófica- pedagógica que salienta que a educação deve ser essencialmente lúdica, prazerosa, fundada nas mais variadas experiências e no prazer de descobrir a vida, colocando as crianças em contato com uma variedade de estímulos e experiências que propiciem a ela seu desenvolvimento integral. Essas ações são desenvolvidas e fundamentadas numa concepção interdisciplinar e totalizadora.
A criança desde que nasce é um ser ativo. Possui um repertório de condutas ou reflexos inatos que lhe permite interagir com seu meio e experimentar as primeiras aprendizagens, consistindo nas adaptações que faz às novas condições de vida. O contato do bebê com o meio humano, transforma essas condutas inatas em respostas complexas. Aos poucos assimila novas experiências, integrando-as aos que já possui, gerando novas respostas. Este processo de adaptação às condições novas que surgem se dá ao longo de toda a infância.
Durante o primeiro ano de vida, a criança constrói um pensamento essencialmente prático, ligado à ação, a percepção e ao desenvolvimento motor. É através dessas ações que a criança processa informações, constrói conhecimentos e se expressa desenvolvendo seu pensamento.
Para tanto, centrado nos eixos Formação Pessoal e Social e Conhecimento do Mundo, o ensino e a aprendizagem são atividades conjuntas, compartilhadas, que asseguram à criança ir conhecendo e contribuindo, progressivamente, o mundo que a envolve com os objetos, pessoas, os seus sistemas de comunicação, valores, além de ir conhecendo a si mesma.
Com o fazer lúdico, pensa reflete e organiza-se para aprender em dado momento. Estas vivências são fundamentais para o processo de alfabetização e letramento.
Foi desta forma que as acadêmicas trouxeram para o contexto a dinâmica da caixa com espelho com o intuito de despertar para a valorização de si e encontrar-se consigo e com seus valores, apresentaram para a turma uma caixa com tampa, decorada e atraente dizendo que dentro dela existia algo precioso, importante, um verdadeiro tesouro.
Já conhecia tal prática, visto que os anos no curso de Formação me propiciaram tal embasamento, mas acima de tudo achei a prática enriquecedora, atraente e sem dúvida alguma a equipe fez com que participássemos das atividades como verdadeiras crianças.
No início pude observar a retração da turma em participar e atuar como coadjuvantes, muitos ficam postados na cadeira esperando explicações, teorias sem, contudo se envolverem na prática.
A Identidade e autonomia busca possibilitar a formação da criança a partir das relações sócio-histórico-cultural, de forma consciente e contextualizada, oferecendo condições para que elas aprendam a conviver com os outros, em uma atitude básica de respeito e confiança. O trabalho educativo pode assim criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem e resignificarem novos sentimentos, valores, ideias, costumes e papéis sociais. A identidade é um conceito de distinção, a começar pelo nome. A autonomia é a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprias, levando em conta regras, valores. Identidade e autonomia é resultado da construção do próprio cotidiano em sala de educação infantil, onde a criança necessita estar conhecendo, desenvolvendo e utilizando seus recursos pessoais e naturais, para fazer frente às diferentes situações que surgirão.
Por causa dos avanços ocorridos nos últimos anos e do alto grau de criação existente em sua prática, a educação de crianças de 0 a 5 anos exige um profissional dinâmico, polivalente. Pois de acordo com o Referencial Curricular (1998) cabe ao professor trabalhar com conteúdos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Esse caráter polivalente demanda, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se também um aprendiz, refletindo constantemente sobre a prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças: a observação, o registro, o planejamento e a avaliação.
É preciso ter professores que estejam comprometidos com a prática educacional, capazes de responder as demandas familiares e das crianças, assim como as questões especificas relativas aos cuidados e aprendizagens infantis.
O professor deve preparar-se para ser um pesquisador capaz de avaliar as muitas formas de aprendizagens que estimula em prática cotidiana, as interações por ele construídas com as crianças e com as famílias em situações especificas.
O trabalho direto com crianças de 0 a 5 anos exige do professor o investimento emocional, conhecimento técnico pedagógico e compromisso com a promoção do desenvolvimento da criança.
A criança tem o professor como alguém qualificado para medir seu desenvolvimento, auxiliando-a a ampliar as linguagens para usar, representar e exprimir sua forma de compreender o mundo e si mesma.
Com isso o professor da Educação Infantil deve ter formação ética e competência na especificidade de sua tarefa, levando-se em conta o atual momento sócio-histórico, que ocorre em um mundo complexo, contraditório, violento, consumista em constante mudança.
O importante é que os professores tenham o domínio de conceitos e habilidades necessárias para se ter uma atuação junto as crianças, atuação esta que seja promotora de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças no sentido de lhe garantir o direito à infância.
O professor deve ser capaz de construir uma relação que transmita segurança para a criança, valorizando seu potencial. Precisa ser sincero, autêntico, respeitando suas opiniões, tornando-se um parceiro da mesma na busca do conhecimento de um mundo repleto de descobertas e interações.
Isso justifica a grande necessidade de uma formação inicial e continuada mais abrangente e unificadora para os professores, pedagogos e atuantes da área da educação, é preciso que o docente tenha a formação mínima para o exercício do magistério ou cursando a faculdade. Sobre este enfoque volto a salientar a necessidade de aliar o curso técnico de Formação Docente e a Pedagogia, para que os futuros profissionais tenham uma visão ampla do contexto no qual irão atuar, sendo capazes e aptos a aliar teoria e prática de uma forma autônoma, segura e eficaz.
O professor precisa reconhecer suas emoções, trabalhar certos sentimentos que lhe desperta a atuação profissional, analisar suas próprias frustrações e sua agressividade para poder estabelecer uma relação segura com a criança, em um clima carinhoso, gostar de gente de trabalhar neste universo, de muitas vezes pensar como criança para entender o que se passa na cabeça da mesma. Muito mais que professor que repassa conteúdos tem de ser um mediador do conhecimento, pois somente desta forma se formará sujeitos reflexivos, participantes e ativos dentro da sociedade.










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