Na
data de 02 de maio iniciam-se as apresentações dos seminários tomando por
referência os eixos contidos nos Referências Curriculares para a Educação
Infantil.
No
primeiro foco foi abordado o eixo Identidade e Autonomia para crianças de 0 a 03
anos, pela equipe Claudiane, Deize e Priscila Oliveira, as quais trouxeram para
o contexto acadêmico a forma lúdica de trabalhar tal questão, aspecto que pode
ser referenciado pela questão filosófica- pedagógica que salienta que a educação
deve ser essencialmente lúdica, prazerosa, fundada nas mais variadas
experiências e no prazer de descobrir a vida, colocando as crianças em contato
com uma variedade de estímulos e experiências que propiciem a ela seu
desenvolvimento integral. Essas ações são desenvolvidas e fundamentadas numa
concepção interdisciplinar e totalizadora.
A
criança desde que nasce é um ser ativo. Possui um repertório de condutas ou
reflexos inatos que lhe permite interagir com seu meio e experimentar as
primeiras aprendizagens, consistindo nas adaptações que faz às novas condições
de vida. O contato do bebê com o meio humano, transforma essas condutas inatas
em respostas complexas. Aos poucos assimila novas experiências, integrando-as
aos que já possui, gerando novas respostas. Este processo de adaptação às
condições novas que surgem se dá ao longo de toda a infância.
Durante
o primeiro ano de vida, a criança constrói um pensamento essencialmente
prático, ligado à ação, a percepção e ao desenvolvimento motor. É através
dessas ações que a criança processa informações, constrói conhecimentos e se
expressa desenvolvendo seu pensamento.
Para
tanto, centrado nos eixos Formação Pessoal e Social e Conhecimento do Mundo, o
ensino e a aprendizagem são atividades conjuntas, compartilhadas, que asseguram
à criança ir conhecendo e contribuindo, progressivamente, o mundo que a envolve
com os objetos, pessoas, os seus sistemas de comunicação, valores, além de ir
conhecendo a si mesma.
Com
o fazer lúdico, pensa reflete e organiza-se para aprender em dado momento.
Estas vivências são fundamentais para o processo de alfabetização e letramento.
Foi
desta forma que as acadêmicas trouxeram para o contexto a dinâmica da caixa com
espelho com o intuito de despertar para
a valorização de si e encontrar-se consigo e com seus valores, apresentaram
para a turma uma caixa com tampa, decorada e atraente dizendo que dentro
dela existia algo precioso, importante, um verdadeiro tesouro.
Já
conhecia tal prática, visto que os anos no curso de Formação me propiciaram tal
embasamento, mas acima de tudo achei a prática enriquecedora, atraente e sem
dúvida alguma a equipe fez com que participássemos das atividades como
verdadeiras crianças.
No
início pude observar a retração da turma em participar e atuar como
coadjuvantes, muitos ficam postados na cadeira esperando explicações, teorias
sem, contudo se envolverem na prática.
A Identidade e autonomia busca
possibilitar a formação da criança a partir das relações
sócio-histórico-cultural, de forma consciente e contextualizada, oferecendo
condições para que elas aprendam a conviver com os outros, em uma atitude
básica de respeito e confiança. O trabalho educativo pode assim criar condições
para as crianças conhecerem, descobrirem e resignificarem novos sentimentos,
valores, ideias, costumes e papéis sociais. A identidade é um conceito de
distinção, a começar pelo nome. A autonomia é a capacidade de se conduzir e
tomar decisões por si próprias, levando em conta regras, valores. Identidade e
autonomia é resultado da construção do próprio cotidiano em sala de educação
infantil, onde a criança necessita estar conhecendo, desenvolvendo e utilizando
seus recursos pessoais e naturais, para fazer frente às diferentes situações
que surgirão.
Por causa dos avanços
ocorridos nos últimos anos e do alto grau de criação existente em sua prática,
a educação de crianças de 0 a 5 anos exige um profissional dinâmico,
polivalente. Pois de acordo com o Referencial Curricular (1998) cabe ao
professor trabalhar com conteúdos específicos provenientes das diversas áreas
do conhecimento. Esse caráter polivalente demanda, uma formação bastante ampla
do profissional que deve tornar-se também um aprendiz, refletindo
constantemente sobre a prática, debatendo com seus pares, dialogando com as
famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que
desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta
com as crianças: a observação, o registro, o planejamento e a avaliação.
É preciso ter professores
que estejam comprometidos com a prática educacional, capazes de responder as
demandas familiares e das crianças, assim como as questões especificas
relativas aos cuidados e aprendizagens infantis.
O professor deve preparar-se
para ser um pesquisador capaz de avaliar as muitas formas de aprendizagens que
estimula em prática cotidiana, as interações por ele construídas com as
crianças e com as famílias em situações especificas.
O trabalho direto com
crianças de 0 a 5 anos exige do professor o investimento emocional, conhecimento
técnico pedagógico e compromisso com a promoção do desenvolvimento da criança.
A criança tem o professor
como alguém qualificado para medir seu desenvolvimento, auxiliando-a a ampliar
as linguagens para usar, representar e exprimir sua forma de compreender o
mundo e si mesma.
Com isso o professor da
Educação Infantil deve ter formação ética e competência na especificidade de
sua tarefa, levando-se em conta o atual momento sócio-histórico, que ocorre em
um mundo complexo, contraditório, violento, consumista em constante mudança.
O importante é que os
professores tenham o domínio de conceitos e habilidades necessárias para se ter
uma atuação junto as crianças, atuação esta que seja promotora de aprendizagens
e do desenvolvimento das crianças no sentido de lhe garantir o direito à
infância.
O professor deve ser capaz
de construir uma relação que transmita segurança para a criança, valorizando
seu potencial. Precisa ser sincero, autêntico, respeitando suas opiniões,
tornando-se um parceiro da mesma na busca do conhecimento de um mundo repleto
de descobertas e interações.
Isso justifica a grande necessidade
de uma formação inicial e continuada mais abrangente e unificadora para os
professores, pedagogos e atuantes da área da educação, é preciso que o docente
tenha a formação mínima para o exercício do magistério ou cursando a faculdade.
Sobre este enfoque volto a salientar a necessidade de aliar o curso técnico de
Formação Docente e a Pedagogia, para que os futuros profissionais tenham uma
visão ampla do contexto no qual irão atuar, sendo capazes e aptos a aliar
teoria e prática de uma forma autônoma, segura e eficaz.
O professor precisa
reconhecer suas emoções, trabalhar certos sentimentos que lhe desperta a
atuação profissional, analisar suas próprias frustrações e sua agressividade
para poder estabelecer uma relação segura com a criança, em um clima carinhoso,
gostar de gente de trabalhar neste universo, de muitas vezes pensar como
criança para entender o que se passa na cabeça da mesma. Muito mais que
professor que repassa conteúdos tem de ser um mediador do conhecimento, pois
somente desta forma se formará sujeitos reflexivos, participantes e ativos
dentro da sociedade.
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