RESUMO
A
presente discussão realizada na data de 06 de fevereiro de 2013, na Faculdade
Bagozzi pelos alunos de Pedagogia, teve como intuito trazer para o contexto
acadêmico a importância da educação infantil para o desenvolvimento de um ser
pensante e crítico de sua importância perante a sociedade.
O
trabalho de investigação que foi realizado no presente momento, teve como
proposta compreender a rotina atribuída à criança na fase das descobertas do eu
e do mundo, tomando por base as recordações de cada acadêmico a respeito de sua
infância.
Mediante
tal investigação, buscou-se trazer para o contexto de discussão a organização
do espaço de trabalho na educação infantil, os elementos norteadores para tal,
critérios de avaliação, tendo como fator relevante a importância do brincar na
construção do ser humano adulto.
Palavras Chave: Educação Infantil, organização pedagógica.
1.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A educação passou por uma
grande evolução ao longo dos séculos. Desde o processo educativo voltado para a
sobrevivência das antigas civilizações, até os dias de hoje, onde existem
diversas tendências pedagógicas visando o pleno desenvolvimento humano. Dentre
os vários modelos pedagógicos, métodos educacionais e metodologias de ensino/aprendizagem,
existe uma grande preocupação com a formação do profissional para esta área bem
como deve ser o trabalho pedagógico na educação infantil.
Afinal, o que fazer para
que as crianças se desenvolvam plenamente e adquiram competências e habilidades
necessárias e relevantes para sua idade e para a sua formação como indivíduo
participante de um meio social?Qual a importância do professor nesta etapa de
formação? De que forma a brincadeira se torna fundamental e essencial nesta
fase para que a criança aprenda os limites e as regras as quais será imposta
durante a vida?
Pensando nestes
questionamentos é necessário trabalhar na prática os conteúdos e metodologias para
o ensino na educação infantil, com o objetivo de esclarecer as dúvidas do
educador, bem como contribuir para a sua formação para compreensão e
interpretação da vida/fase infantil, sua importância e seus mistérios.
2.
EDUCAÇÃO INFANTIL – CAMINHO
E FORMAÇÃO
O envolvimento do professor na Educação Infantil deve ser visto
como um fator relevante para a formação do cidadão, não sendo somente uma
questão de corpo mais também de alma e coração, algo que dignifica que realiza,
visto que o profissional atuante nesta área não se envolve tão somente com a
questão educacional, mas com questões do dia-a-dia da criança, da sua vida em
sociedade, dos seus sentimentos e emoções.
O
professor que atua na educação infantil deve ter uma preocupação específica de
como lidar com as crianças no dia-a-dia e em situações especiais. Ao se tratar
de alunos iniciantes no convívio escolar surgem situações diferentes e
inesperadas em relação às demais fases escolares.
A
criança tem um jeito próprio de encarar as novas etapas que vão surgindo em sua
vida. Muitas vezes pais e educadores encaram esses acontecimentos com maior
dificuldade que a própria criança que está passando por determinada vivência.
O
ideal é que o professor tenha algumas atitudes, estratégias e comportamentos
que favoreçam uma melhor aceitação e desenvolvimento dessa criança no ambiente
escolar e até mesmo no seu dia-a-dia, podendo, inclusive, colocar em prática
certos conhecimentos adquiridos, porém de forma meio que inconsciente.
Portanto,
a formação do profissional deve ser entendida como contínua inserida em um fazer pedagógico em que o profissional
encontra-se em constante aprendizado e crescimento educativo essa formação implica
em atividades de aperfeiçoamento de forma ampla e complexa, dentro e fora do
ambiente escolar, envolvendo estudo e pesquisa capazes de colaborar para sua
evolução gradativa docente, considerando sua identidade pessoal, sua prática em
sala de aula e não somente os cursos dos quais participa. (BREJO, 2007, p.3).
Diante de tais afirmações é possível ressaltar que ninguém
ensina o que não aprendeu. Por isso o curso de formação de docentes iniciais e
de graduação em Pedagogia se faz necessário dar peso ao conteúdo que vai ser
ensinado.
Neste contexto, valem as palavras de Millie Almy, quando diz que
adultos aprendem como crianças, fazendo.
Indivíduos, em todos os níveis, podem ser ajudados na aquisição de uma plena
consciência de seu próprio potencial. Eles podem fazer isto através da leitura
de livros, da assistência a aulas e observando bons professores em sua prática.
Mas ouvir as ideias e observar bons modelos não è suficiente. Eles precisam
colocar em prática e avaliar suas próprias versões do que aprendem. Eles podem
desenvolver novas e melhores práticas a partir de sua própria experiência,
assim como do conhecimento obtido de outros. Quando quem está trabalhando com
crianças pequenas é encorajado a ir além da prática direta com crianças, pode
aprender a atuar como defensor das crianças e de suas famílias, assim como de
si próprio enquanto professor. “(Almy, 1988, p.53)”.
Nesse sentido, a sociedade construída
pelos homens tem frente às crianças e jovens a dupla e indissociável tarefa de
torná-los ao mesmo tempo usuários e beneficiários da riqueza civilizatória
historicamente acumulada, bem como participantes e construtores dessa mesma
riqueza, cabendo aos docentes entender a educação como um fenômeno humano.
Fruto do trabalho do homem nas relações sociais, constitutivas do existir
humano e que tem por finalidade a produção do conhecimento e da formação do
indivíduo para posições críticas e reflexivas perante a sociedade na qual
habita.
3. A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL
– DA TEORIA À PRÁTICA
É importante que o professor de
Educação Infantil tenha uma atuação que seja promotora da aprendizagem e do
desenvolvimento das crianças no sentido de lhes garantir o direito à infância.
Para que isso ocorra, é necessário que o espaço proporcione às crianças
situações nas quais elas possam manifestar suas emoções, priorizando relações
afetivas, numa lógica de respeito às diferenças.
O profissional de Educação Infantil
deverá ter um domínio dos conhecimentos científicos básicos tanto quanto os
conhecimentos necessários para o trabalho com a criança (conhecimentos de
saúde, higiene, psicologia, antropologia, história, linguagem, brinquedo e das
múltiplas formas de expressão humana, de desenvolvimento físico e das questões
de atendimento em situações de necessidades especiais). Precisa ainda ter sob
controle seu próprio desenvolvimento, bem como estar em constante processo de construção
de seus próprios conhecimentos. Ter elaborado a questão de seus valores,
cultura, classe social, história de vida, etnia, religião e sexo, compreendendo
assim a maneira como a criança constrói significados sobre o que a cerca e
sobre si mesma.
As relações que a criança vivencia no
espaço da Educação Infantil nem sempre são harmônicas, ao contrário, são muitas
vezes conflituosas, pois entra em contato com outras crianças, com diferentes
culturas e comportamentos. É importante que se possa estabelecer laços afetivos
seguros e verdadeiros com as crianças, compreendendo-as, incentivando-as e
orientando-as para o seu crescimento pessoal e para a vivência em sociedade. O
importante é fazer com que a criança retire dessa situação elementos
significativos para sua aprendizagem, repare o erro, procure tomar cuidado e
atenção da próxima vez para que não volte a repeti-lo. Assim, conduz-se a
criança a pensar sobre seus atos e modificar suas atitudes pela reflexão e pelo
entendimento do que ela faz e provoca.
O professor é modelo, é uma referência
estruturante para a criança. As crianças aprendem não apenas com o que é dito,
mas, sobretudo com o que veem. Assim, quando se apresentam modelos pautados no
diálogo, na cooperação, na solidariedade, esses serão repetidos e valorizados
pela criança e o professor é um ícone e um exemplo a ser seguido nesta etapa.
Quando a criança aprende a resolver verbalmente seus conflitos, explicando o
que aconteceu e entendendo os motivos e as consequências de seus atos, as
situações conflituosas diminuem. Nesse caso, é fundamental que haja a valorização
dessa conquista, reforçando-se a aprendizagem.
Como professores, temos a
possibilidade de criar espaços de aprendizagem nos quais os conflitos possam se
manifestar de forma sadia e equilibrada e nos quais os conflitos não sejam mais
necessários. Acreditar em nossa capacidade de superar essas situações,
tomando-as como desafios constantes em nosso fazer cotidiano, é acreditar em
nossa capacidade de transformar e de educar.
4. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O grande
desafio hoje é justamente preparar o profissional, visando sempre uma formação
qualificada que coloque em foco a discussão sobre as expectativas de desempenho,
aliando teoria e prática num contexto que busque reflexão. Não pode-se esquecer, entretanto, que tal profissional
lida com crianças em desenvolvimento, e perante a legislação (LDB 9394/96) as
crianças tem o direito de uma educação voltada para o seu desenvolvimento
integral, preparando-a para o pleno exercício da cidadania. Esta mesma Lei
reconhece também a necessidade de qualificação profissional urgente para todos
que atuam na EI.
Assim, o profissional de EI precisa de uma formação inicial de qualidade que lhe permita
o desenvolvimento de uma prática que
integre o cuidar e educar de maneira indissociável, já que não se pode cuidar
sem deixar de educar, não se pode mais
aceitar pessoas desqualificadas para assumir essa função. Esta formação inicial
se solidificará em uma prática reflexiva, pautada em uma fundamentação teórica
consistente, que acompanhe as evoluções sociais, para que se possa refletir de
modo positivo, na formação do cidadão crítico e também reflexivo.
Para
finalizar transcrevo abaixo o um poema que considerei uma ótima
definição do professor que trabalha com carinho e arte.
[...]
Arte está em toda parte
Arte está em toda parte
Está na educação
Pedagogia é uma arte
A arte de conduzir
Abrir novos horizontes
E acreditar no porvir
Professor,
Arte é a reflexão
De sua prática educativa
Arte é ser mediador
Arte é ser pesquisador
É ser facilitador
Arte é tudo que incentiva
Professor,
Na arte de ensinar
A ação que mais fascina
É sua arte de moldar
O que já é obra prima.
Obra prima sem minuta
Exige arte e desvelo
Depende da sua conduta
De estima ou de zelo.
Arte, professor, é...
Ao entrar em sua sala
Perceber cada educando
Cada um com sua fala
Outros até se calando
É como a arte de ler o vento
Que diz como está o tempo
Professor, esse é o momento
Da arte de se ler
Ler seus educandos
Que são artistas esperando
Fazer arte para aprender
Arte está em toda parte
Está na vida!
Vida.
Obra de arte divina
Tudo que se descortina
É a arte de viver bem
Como? Arte? Onde se vê?
Quem é o artista?
O artista desta arte
Encontra-se em toda a parte
Um deles... pode ser você!
*( Maria
Terezinha Alves Castilho) - Supervisora de educação infantil da Escola
Municipal Padre Germano Mayer – Arapongas.
DOBJENSKI,Sandra M.
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