quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Noções fundamentais do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil





RESUMO

A presente discussão realizada na data de 06 de fevereiro de 2013, na Faculdade Bagozzi pelos alunos de Pedagogia, teve como intuito trazer para o contexto acadêmico a importância da educação infantil para o desenvolvimento de um ser pensante e crítico de sua importância perante a sociedade.
O trabalho de investigação que foi realizado no presente momento, teve como proposta compreender a rotina atribuída à criança na fase das descobertas do eu e do mundo, tomando por base as recordações de cada acadêmico a respeito de sua infância.
Mediante tal investigação, buscou-se trazer para o contexto de discussão a organização do espaço de trabalho na educação infantil, os elementos norteadores para tal, critérios de avaliação, tendo como fator relevante a importância do brincar na construção do ser humano adulto.

Palavras Chave: Educação Infantil, organização pedagógica.

1.    CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A educação passou por uma grande evolução ao longo dos séculos. Desde o processo educativo voltado para a sobrevivência das antigas civilizações, até os dias de hoje, onde existem diversas tendências pedagógicas visando o pleno desenvolvimento humano. Dentre os vários modelos pedagógicos, métodos educacionais e metodologias de ensino/aprendizagem, existe uma grande preocupação com a formação do profissional para esta área bem como deve ser o trabalho pedagógico na educação infantil.
Afinal, o que fazer para que as crianças se desenvolvam plenamente e adquiram competências e habilidades necessárias e relevantes para sua idade e para a sua formação como indivíduo participante de um meio social?Qual a importância do professor nesta etapa de formação? De que forma a brincadeira se torna fundamental e essencial nesta fase para que a criança aprenda os limites e as regras as quais será imposta durante a vida?
Pensando nestes questionamentos é necessário trabalhar na prática os conteúdos e metodologias para o ensino na educação infantil, com o objetivo de esclarecer as dúvidas do educador, bem como contribuir para a sua formação para compreensão e interpretação da vida/fase infantil, sua importância e seus mistérios.
2.    EDUCAÇÃO INFANTIL – CAMINHO E FORMAÇÃO

     O envolvimento do professor na Educação Infantil deve ser visto como um fator relevante para a formação do cidadão, não sendo somente uma questão de corpo mais também de alma e coração, algo que dignifica que realiza, visto que o profissional atuante nesta área não se envolve tão somente com a questão educacional, mas com questões do dia-a-dia da criança, da sua vida em sociedade, dos seus sentimentos e emoções.
O professor que atua na educação infantil deve ter uma preocupação específica de como lidar com as crianças no dia-a-dia e em situações especiais. Ao se tratar de alunos iniciantes no convívio escolar surgem situações diferentes e inesperadas em relação às demais fases escolares.
A criança tem um jeito próprio de encarar as novas etapas que vão surgindo em sua vida. Muitas vezes pais e educadores encaram esses acontecimentos com maior dificuldade que a própria criança que está passando por determinada vivência. 
O ideal é que o professor tenha algumas atitudes, estratégias e comportamentos que favoreçam uma melhor aceitação e desenvolvimento dessa criança no ambiente escolar e até mesmo no seu dia-a-dia, podendo, inclusive, colocar em prática certos conhecimentos adquiridos, porém de forma meio que inconsciente.
Portanto, a formação do profissional deve ser entendida como contínua inserida em um fazer pedagógico em que o profissional encontra-se em constante aprendizado e crescimento educativo essa formação implica em atividades de aperfeiçoamento de forma ampla e complexa, dentro e fora do ambiente escolar, envolvendo estudo e pesquisa capazes de colaborar para sua evolução gradativa docente, considerando sua identidade pessoal, sua prática em sala de aula e não somente os cursos dos quais participa. (BREJO, 2007, p.3).
Diante de tais afirmações é possível ressaltar que ninguém ensina o que não aprendeu. Por isso o curso de formação de docentes iniciais e de graduação em Pedagogia se faz necessário dar peso ao conteúdo que vai ser ensinado.
Neste contexto, valem as palavras de Millie Almy, quando diz que adultos aprendem como crianças, fazendo. Indivíduos, em todos os níveis, podem ser ajudados na aquisição de uma plena consciência de seu próprio potencial. Eles podem fazer isto através da leitura de livros, da assistência a aulas e observando bons professores em sua prática. Mas ouvir as ideias e observar bons modelos não è suficiente. Eles precisam colocar em prática e avaliar suas próprias versões do que aprendem. Eles podem desenvolver novas e melhores práticas a partir de sua própria experiência, assim como do conhecimento obtido de outros. Quando quem está trabalhando com crianças pequenas é encorajado a ir além da prática direta com crianças, pode aprender a atuar como defensor das crianças e de suas famílias, assim como de si próprio enquanto professor. “(Almy, 1988, p.53)”.
Nesse sentido, a sociedade construída pelos homens tem frente às crianças e jovens a dupla e indissociável tarefa de torná-los ao mesmo tempo usuários e beneficiários da riqueza civilizatória historicamente acumulada, bem como participantes e construtores dessa mesma riqueza, cabendo aos docentes entender a educação como um fenômeno humano. Fruto do trabalho do homem nas relações sociais, constitutivas do existir humano e que tem por finalidade a produção do conhecimento e da formação do indivíduo para posições críticas e reflexivas perante a sociedade na qual habita.
3.    A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL – DA TEORIA À PRÁTICA
É importante que o professor de Educação Infantil tenha uma atuação que seja promotora da aprendizagem e do desenvolvimento das crianças no sentido de lhes garantir o direito à infância. Para que isso ocorra, é necessário que o espaço proporcione às crianças situações nas quais elas possam manifestar suas emoções, priorizando relações afetivas, numa lógica de respeito às diferenças.
O profissional de Educação Infantil deverá ter um domínio dos conhecimentos científicos básicos tanto quanto os conhecimentos necessários para o trabalho com a criança (conhecimentos de saúde, higiene, psicologia, antropologia, história, linguagem, brinquedo e das múltiplas formas de expressão humana, de desenvolvimento físico e das questões de atendimento em situações de necessidades especiais). Precisa ainda ter sob controle seu próprio desenvolvimento, bem como estar em constante processo de construção de seus próprios conhecimentos. Ter elaborado a questão de seus valores, cultura, classe social, história de vida, etnia, religião e sexo, compreendendo assim a maneira como a criança constrói significados sobre o que a cerca e sobre si mesma.
As relações que a criança vivencia no espaço da Educação Infantil nem sempre são harmônicas, ao contrário, são muitas vezes conflituosas, pois entra em contato com outras crianças, com diferentes culturas e comportamentos. É importante que se possa estabelecer laços afetivos seguros e verdadeiros com as crianças, compreendendo-as, incentivando-as e orientando-as para o seu crescimento pessoal e para a vivência em sociedade. O importante é fazer com que a criança retire dessa situação elementos significativos para sua aprendizagem, repare o erro, procure tomar cuidado e atenção da próxima vez para que não volte a repeti-lo. Assim, conduz-se a criança a pensar sobre seus atos e modificar suas atitudes pela reflexão e pelo entendimento do que ela faz e provoca.
O professor é modelo, é uma referência estruturante para a criança. As crianças aprendem não apenas com o que é dito, mas, sobretudo com o que veem. Assim, quando se apresentam modelos pautados no diálogo, na cooperação, na solidariedade, esses serão repetidos e valorizados pela criança e o professor é um ícone e um exemplo a ser seguido nesta etapa. Quando a criança aprende a resolver verbalmente seus conflitos, explicando o que aconteceu e entendendo os motivos e as consequências de seus atos, as situações conflituosas diminuem. Nesse caso, é fundamental que haja a valorização dessa conquista, reforçando-se a aprendizagem.
Como professores, temos a possibilidade de criar espaços de aprendizagem nos quais os conflitos possam se manifestar de forma sadia e equilibrada e nos quais os conflitos não sejam mais necessários. Acreditar em nossa capacidade de superar essas situações, tomando-as como desafios constantes em nosso fazer cotidiano, é acreditar em nossa capacidade de transformar e de educar.
4.    CONSIDERAÇÕES FINAIS
O grande desafio hoje é justamente preparar o profissional, visando sempre uma formação qualificada que coloque em foco a discussão sobre as expectativas de desempenho, aliando teoria e prática num contexto que busque reflexão. Não pode-se  esquecer, entretanto, que tal profissional lida com crianças em desenvolvimento, e perante a legislação (LDB 9394/96) as crianças tem o direito de uma educação voltada para o seu desenvolvimento integral, preparando-a para o pleno exercício da cidadania. Esta mesma Lei reconhece também a necessidade de qualificação profissional urgente para todos que atuam na EI.
 Assim, o profissional de EI precisa de  uma formação inicial de qualidade que lhe permita o desenvolvimento de  uma prática que integre o cuidar e educar de maneira indissociável, já que não se pode cuidar sem  deixar de educar, não se pode mais aceitar pessoas desqualificadas para assumir essa função. Esta formação inicial se solidificará em uma prática reflexiva, pautada em uma fundamentação teórica consistente, que acompanhe as evoluções sociais, para que se possa refletir de modo positivo, na formação do cidadão crítico e também reflexivo.
Para    finalizar transcrevo abaixo o um poema que considerei uma ótima definição do professor que trabalha com carinho e arte.
[...]
Arte está em toda parte
Arte está em toda parte
Está na educação
Pedagogia é uma arte
A arte de conduzir
Abrir novos horizontes
E acreditar no porvir
Professor,
Arte é a reflexão
De sua prática educativa
Arte é ser mediador
Arte é ser pesquisador
É ser facilitador
Arte é tudo que incentiva
Professor,
Na arte de ensinar
A ação que mais fascina
É sua arte de moldar
O que já é obra prima.
Obra prima sem minuta
Exige arte e desvelo
Depende da sua conduta
De estima ou de zelo.
Arte, professor, é...
Ao entrar em sua sala
Perceber cada educando
Cada um com sua fala
Outros até se calando
É como a arte de ler o vento
Que diz como está o tempo
Professor, esse é o momento
Da arte de se ler
Ler seus educandos
Que são artistas esperando
Fazer arte para aprender
Arte está em toda parte
Está na vida!
Vida.
Obra de arte divina
Tudo que se descortina
É a arte de viver bem
Como? Arte? Onde se vê?
Quem é o artista?
O artista desta arte
Encontra-se em toda a parte
Um deles... pode ser você!
*( Maria Terezinha Alves Castilho) - Supervisora de educação infantil da Escola Municipal Padre Germano Mayer – Arapongas.
DOBJENSKI,Sandra M.

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