terça-feira, 14 de maio de 2013

Aula 09 de maio de 2013 – Movimento


Na data de 09 de maio ocorreu a apresentação de dois grupos que abordaram o eixo do movimento. O primeiro buscou se ater a atividades para crianças de 0 a 3 anos e o segundo de 4 a 5 anos, ambos se utilizaram do eixo da música para planejar a aula, tendo nesta um dos recursos que propiciou a expressividade, a movimentação e a socialização da turma.
O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu corpo.
O movimento humano é, portanto o mais simples deslocamento do corpo no espaço.
Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos dos homens, resultam das interações sociais e da relação do homem com o meio. Sua multiplicidade, funções e manifestações do ato motor, propicia um amplo aspecto da motricidade das crianças, abrangendo posturas corporais bem como outras atividades cotidianas.
As diversidades de práticas pedagógicas caracterizam diferentes concepções quanto ao sentido e funções atribuídas ao movimento cotidiano das instituições de educação infantil.  O movimento além de ser um objetivo disciplinar é um objetivo pessoal e social. Para uma criança pequena o movimento significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço, o ato motor faz-se presente em suas funções expressivas, pode-se dizer que no início do desenvolvimento predomina a dimensão subjetiva da motricidade com a interação do seu meio social. Somente aos poucos que se desenvolve a dimensão objetiva que corresponde às competências instrumentais, para agir sobre o espaço e o meio físico.
O bebê muitas vezes se mexe descontroladamente, determinado a torcer o corpo, isso pode significar que o bebê esta com cólica, assim a primeira função do ato motor esta ligada a expressão. Esta expressão continua com as adultas de uma forma frequente.
É muito importante que o professor perceba os diversos significados que pode ter a atividade motora para as crianças, contribuindo para que ela tenha uma percepção adequada de seus recursos corporais. A organização do ambiente, dos materiais e do tempo visa auxiliar e deve ser amplo o suficiente para acolher as manifestações da motricidade infantil, para poder organizar e avaliar se a criança esta se desenvolvendo ou não perante aos demais, principalmente nos berçários, no qual a atenção deve ser redobrada para uma possível resolução futura.
Para tanto, o presente trabalho buscou levantar aspectos relacionados à temática corpo e movimento e às diferentes formas como o tema é tratado na escola, especialmente na educação de 0 a 5 anos.
A educação, hoje, está centrada na criança como individuo. Cada tipo de atividade, trás algo como contribuição para tal desenvolvimento, mas a ordem de prioridades para o ensino dessas diferentes atividades mudou consideravelmente. Portanto, é necessário se organizar uma rotina que envolva tanto as emoções, quanto as necessidades e ações aliadas a uma proposta educacional, sendo isto um desafio constante para quem trabalha na educação infantil.
Ao analisar o estado atual do conhecimento na área de movimento na educação infantil, percebe-se a necessidade de uma investigação mais aprofundada, principalmente no que se refere aos conteúdos trabalhados nessa área com crianças de zero a cinco anos.
A partir da década de 80 até a década de 90, houve um intenso trabalho que resultou na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e nas discussões a respeito da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que foi promulgada no ano de 1996. Esta nova LDB, pela primeira vez, introduziu a educação infantil como a primeira etapa da educação básica. Nela, a educação infantil, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os cinco anos de idade.
Esta deve ser ofertada em creches para as crianças de até três anos de idade e em pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos de idade. Essa primeira etapa, mesmo não sendo obrigatória, passa a ser um direito da criança e um dever do Estado. A partir daí, a educação de crianças pequenas passou a fazer parte do processo educacional.
Partindo do reconhecimento de que a educação é direito de todas as crianças, um dever da família e do estado (LDB 9394/98 art. 2º) e de que a educação infantil se constitui como primeira etapa da educação básica e que tem como finalidade o desenvolvimento da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, o eixo do movimento chega como uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. Pois, ao movimentarem-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
Kishimoto (1996, p.452), ao discutir sobre Froebel, mostra que: "Froebel acreditou na criança, enalteceu sua perfeição, valorizou sua liberdade e desejou a expressão da natureza infantil por meio de brincadeiras livres e espontâneas. Instituiu uma pedagogia tendo a representação simbólica como eixo do trabalho educativo, sendo reconhecido por isso como psicólogo da infância".
Na educação infantil é comum se ver  crianças o tempo todo sentadas, em silêncio, realizando atividades escolares. Porém, para que as crianças possam ampliar o seu aprendizado, é preciso que os conceitos de educação estejam de acordo com as necessidades e seus interesses. Durante a brincadeira a criança assimila sem se dar conta. Por meio das atividades lúdicas a criança satisfaz seus desejos e representa a realidade que as circunda.
Portanto, é inegável que haja mudanças na estrutura educacional, por isso, ainda tem-se muito que refletir a implementar a respeito da educação infantil. Um fator a ser discutido é a questão dos conteúdos a serem trabalhados nesse nível de ensino. Não se pode mais ter o conteúdo como sendo uma lista de itens que tem que ser assimilados pela criança e sim aprendidos, e para isso é necessário a motivação das mesmas através de atividades lúdicas que a façam interessar-se no querer mais.
“O movimento para a criança pequena significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança se expressa e se comunica por meio dos gestos e das mímicas faciais e interage utilizando fortemente o apoio do corpo. A dimensão corporal integra-se ao conjunto da atividade da criança. Pode-se dizer que no início do desenvolvimento predomina a dimensão subjetiva da motricidade, que encontra sua eficácia e sentido principalmente na interação com o meio social, junto às pessoas com quem a criança interage diretamente. A externalização de sentimentos, emoções e estados íntimos poderão encontrar na expressividade do corpo um recurso privilegiado". (Referencial curricular nacional para a educação infantil, 1998, p.18).
Para o Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 1998, p.15), o movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana, visto que, "as crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo".
Ao analisar os conteúdos de movimento apresentados nesse referencial, é possível verificar que os mesmos foram organizados em blocos: a expressividade, o equilíbrio e a coordenação.
Expressividade: nessa direção, o Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 1998) sugere atividades para crianças de 0 a 3 anos: reconhecimento progressivo de segmentos e elementos do próprio corpo, expressões de sensações e ritmos corporais por meio de gestos, posturas e da linguagem oral. Na atividade lúdica, para crianças de 4 a 5 anos, por meio da mediação do adulto, o jogo desenvolve a memória, a atenção, a linguagem, a imaginação e a personalidade.
Equilíbrio e coordenação: para as crianças de 0 a 3 anos são sugeridas atividades de exploração de diferentes posturas corporais, ampliação da destreza progressiva para deslocar-se no espaço e aperfeiçoamento dos gestos relacionados com encaixe, traçado de desenho, entre outros. Para crianças de 4 a 5 anos, são envolvidas atividades de correr, subir, descer, movimentar-se, dançar, entre outros.
Por meio dessas atividades anteriormente sugeridas, percebe-se que todas estão relacionadas apenas ao desenvolvimento do corpo, como se o pensamento e as emoções estivessem fora dele. Certamente, essas atividades propostas são importantes para o desenvolvimento da criança, entretanto, o movimento não se restringe ao desenvolvimento das aprendizagens física e motora.
O trabalho com o movimento não pode ser direcionado apenas para o desenvolvimento físico da criança. Pois a criança precisa nominar o seu movimento conscientemente para que tenha oportunidade de explorar o ambiente, criar novas relações de relacionamento com o seu corpo, de conhecê-lo e aprender a usá-lo de forma benéfica, funcional e intencional. (MELLO, 1996)
Diante do exposto, torna-se cada vez mais evidente que, para pensar as atividades com o movimento no âmbito do trabalho pedagógico com crianças de pouca idade, faz-se necessário articular diferentes áreas do conhecimento e interligá-las aos outros eixos de desenvolvimento, buscando-se desta forma a interdisciplinaridade, a reflexão.

























terça-feira, 7 de maio de 2013

Identidade e Autonomia- 0 a 03 anos- 02/05/2013


Na data de 02 de maio iniciam-se as apresentações dos seminários tomando por referência os eixos contidos nos Referências Curriculares para a Educação Infantil.
No primeiro foco foi abordado o eixo Identidade e Autonomia para crianças de 0 a 03 anos, pela equipe Claudiane, Deize e Priscila Oliveira, as quais trouxeram para o contexto acadêmico a forma lúdica de trabalhar tal questão, aspecto que pode ser referenciado pela questão filosófica- pedagógica que salienta que a educação deve ser essencialmente lúdica, prazerosa, fundada nas mais variadas experiências e no prazer de descobrir a vida, colocando as crianças em contato com uma variedade de estímulos e experiências que propiciem a ela seu desenvolvimento integral. Essas ações são desenvolvidas e fundamentadas numa concepção interdisciplinar e totalizadora.
A criança desde que nasce é um ser ativo. Possui um repertório de condutas ou reflexos inatos que lhe permite interagir com seu meio e experimentar as primeiras aprendizagens, consistindo nas adaptações que faz às novas condições de vida. O contato do bebê com o meio humano, transforma essas condutas inatas em respostas complexas. Aos poucos assimila novas experiências, integrando-as aos que já possui, gerando novas respostas. Este processo de adaptação às condições novas que surgem se dá ao longo de toda a infância.
Durante o primeiro ano de vida, a criança constrói um pensamento essencialmente prático, ligado à ação, a percepção e ao desenvolvimento motor. É através dessas ações que a criança processa informações, constrói conhecimentos e se expressa desenvolvendo seu pensamento.
Para tanto, centrado nos eixos Formação Pessoal e Social e Conhecimento do Mundo, o ensino e a aprendizagem são atividades conjuntas, compartilhadas, que asseguram à criança ir conhecendo e contribuindo, progressivamente, o mundo que a envolve com os objetos, pessoas, os seus sistemas de comunicação, valores, além de ir conhecendo a si mesma.
Com o fazer lúdico, pensa reflete e organiza-se para aprender em dado momento. Estas vivências são fundamentais para o processo de alfabetização e letramento.
Foi desta forma que as acadêmicas trouxeram para o contexto a dinâmica da caixa com espelho com o intuito de despertar para a valorização de si e encontrar-se consigo e com seus valores, apresentaram para a turma uma caixa com tampa, decorada e atraente dizendo que dentro dela existia algo precioso, importante, um verdadeiro tesouro.
Já conhecia tal prática, visto que os anos no curso de Formação me propiciaram tal embasamento, mas acima de tudo achei a prática enriquecedora, atraente e sem dúvida alguma a equipe fez com que participássemos das atividades como verdadeiras crianças.
No início pude observar a retração da turma em participar e atuar como coadjuvantes, muitos ficam postados na cadeira esperando explicações, teorias sem, contudo se envolverem na prática.
A Identidade e autonomia busca possibilitar a formação da criança a partir das relações sócio-histórico-cultural, de forma consciente e contextualizada, oferecendo condições para que elas aprendam a conviver com os outros, em uma atitude básica de respeito e confiança. O trabalho educativo pode assim criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem e resignificarem novos sentimentos, valores, ideias, costumes e papéis sociais. A identidade é um conceito de distinção, a começar pelo nome. A autonomia é a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprias, levando em conta regras, valores. Identidade e autonomia é resultado da construção do próprio cotidiano em sala de educação infantil, onde a criança necessita estar conhecendo, desenvolvendo e utilizando seus recursos pessoais e naturais, para fazer frente às diferentes situações que surgirão.
Por causa dos avanços ocorridos nos últimos anos e do alto grau de criação existente em sua prática, a educação de crianças de 0 a 5 anos exige um profissional dinâmico, polivalente. Pois de acordo com o Referencial Curricular (1998) cabe ao professor trabalhar com conteúdos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Esse caráter polivalente demanda, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se também um aprendiz, refletindo constantemente sobre a prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças: a observação, o registro, o planejamento e a avaliação.
É preciso ter professores que estejam comprometidos com a prática educacional, capazes de responder as demandas familiares e das crianças, assim como as questões especificas relativas aos cuidados e aprendizagens infantis.
O professor deve preparar-se para ser um pesquisador capaz de avaliar as muitas formas de aprendizagens que estimula em prática cotidiana, as interações por ele construídas com as crianças e com as famílias em situações especificas.
O trabalho direto com crianças de 0 a 5 anos exige do professor o investimento emocional, conhecimento técnico pedagógico e compromisso com a promoção do desenvolvimento da criança.
A criança tem o professor como alguém qualificado para medir seu desenvolvimento, auxiliando-a a ampliar as linguagens para usar, representar e exprimir sua forma de compreender o mundo e si mesma.
Com isso o professor da Educação Infantil deve ter formação ética e competência na especificidade de sua tarefa, levando-se em conta o atual momento sócio-histórico, que ocorre em um mundo complexo, contraditório, violento, consumista em constante mudança.
O importante é que os professores tenham o domínio de conceitos e habilidades necessárias para se ter uma atuação junto as crianças, atuação esta que seja promotora de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças no sentido de lhe garantir o direito à infância.
O professor deve ser capaz de construir uma relação que transmita segurança para a criança, valorizando seu potencial. Precisa ser sincero, autêntico, respeitando suas opiniões, tornando-se um parceiro da mesma na busca do conhecimento de um mundo repleto de descobertas e interações.
Isso justifica a grande necessidade de uma formação inicial e continuada mais abrangente e unificadora para os professores, pedagogos e atuantes da área da educação, é preciso que o docente tenha a formação mínima para o exercício do magistério ou cursando a faculdade. Sobre este enfoque volto a salientar a necessidade de aliar o curso técnico de Formação Docente e a Pedagogia, para que os futuros profissionais tenham uma visão ampla do contexto no qual irão atuar, sendo capazes e aptos a aliar teoria e prática de uma forma autônoma, segura e eficaz.
O professor precisa reconhecer suas emoções, trabalhar certos sentimentos que lhe desperta a atuação profissional, analisar suas próprias frustrações e sua agressividade para poder estabelecer uma relação segura com a criança, em um clima carinhoso, gostar de gente de trabalhar neste universo, de muitas vezes pensar como criança para entender o que se passa na cabeça da mesma. Muito mais que professor que repassa conteúdos tem de ser um mediador do conhecimento, pois somente desta forma se formará sujeitos reflexivos, participantes e ativos dentro da sociedade.